Há 25 anos, Ivone mostra que dá conta do recado na hora de pintar
Pintora experiente, ela começou pra ajudar o marido nas obras, mas se apaixonou pela profissão
A pintura surgiu como profissão secundária para Ivone Paula da Silva, de 55 anos, que viu na tinta e pincel uma forma de trabalhar sem precisar ficar muito tempo longe do casal de filhos. Há 25 anos, a profissional muda o visual e colore espaços fazendo o que ama que é trazer ‘renovação’.
Na época, a pintora conta que começou a atuar em obras para auxiliar o marido. “Eu comecei por uma questão de necessidade. Era casada na época, trabalhava na creche como assistente de sala e meu marido era pintor. Começou a faltar muito ajudante dele, o ajudante na época quase não ia e falei: ‘Bom, vou te ajudar na parte da manhã’. Comecei dessa maneira”, recorda.
Durante meses, Ivone equilibrou a rotina de pintora com a de assistência. Orgulhosa, ela relata que não demorou para ficar responsável por uma obra, enquanto o marido assumia outra. “Ele pegava dois serviços, ele ficava numa obra e eu em outra. Eu já ia em frente com a supervisão dele”, diz.
Ao chegar no sexto mês de experiência, Ivone largou o emprego na creche para se dedicar somente à pintura. Ela nunca mais largou o ofício, mas o esposo seguiu outro rumo profissional. “Ele já estava em outra profissão, ficava com as crianças. A pintura foi uma alternativa, uma necessidade, eu saia para fazer o serviço, ganhava o dinheiro, voltava e ficava um tempo com eles (filhos). Colocava a casa em ordem”, afirma.
O que mais gosta na profissão, conforme relata, é a capacidade de mudar o lugar onde as pessoas vivem. Quando termina de pintar, Ivone comenta que a sensação é inexplicável.
“Quando você entrega é algo novo, era uma coisa que era velha, mas quando você entrega com a pintura é uma sensação de renovo, nova vida, transformação. É algo muito bom quando você está num ambiente arejado, aí a gente tem mil e uma inspirações. Eu gosto da pintura porque ela te traz renovação”, frisa.
Apesar dos clientes fazerem questão de ambientes com paredes brancas, Ivone revela que adora quando pode pintar e utilizar tons coloridos. “Eu gosto muito de cores fortes, vibrantes, mas existem determinados clientes que ainda tem alguma resistência. O branco ainda é muito usado, mas eu falo: ‘Vamos pintar de outra cor”, ri.
Seja residência ou escritório, Ivone aceita tudo quanto é tipo de trabalho. Para quem está há 25 na profissão, ela relata que nunca imaginou que um dia seria pintora.
“Eu tinha uma outra linha de pensamento, eu fiz magistério até o segundo grau. Como eu trabalhava na creche pensava em seguir esse caminho. Embora gostasse de cor, casas arrumadas, bonitas, não necessariamente me via como uma profissional que entra na casa das pessoas pra fazer isso”, explica.
Em relação ao preconceito na área de atuação, ela comenta que no passado não vivenciou nenhuma situação. Entretanto, Ivone revela que passou a observar alguns casos nos últimos anos. “Por incrível que pareça eu não observei isso lá atrás, sempre tinha serviço. Ao meu ver parece que um pouco mais pra cá tem essa resistência infelizmente. Algumas pessoas, clientes do sexo masculino, ainda tem essa dificuldade”, esclarece.
A pintora ainda não tem planos de se aposentar, mas não esconde o desejo de fazer faculdade. “Eu vou continuar nessa caminhada, mas tenho o sonho de voltar pra escola e fazer duas faculdades. Uma delas é psicologia e a outra por hora segredo. Como eu já fiz magistério quero fazer psicologia para no futuro trabalhar com crianças, mas não na escola, fora dela”, conclui.
Quem quiser conhecer o trabalho dela, o perfil no Instagram é @ivpinturas
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