Há 35 anos, Amado ouve que serve o “melhor pastel com queijo caipira”
Amado faz a massa e o recheio, e os clientes não temem em dizer que é melhor do que pastelaria buxixada por aí
Se você chegar à lanchonete Amado’s, na Rua 14 de Julho, e perguntar o porquê do nome, o próprio dono responde na maior simpatia: “Eu sou o Amado”. Com sentimento no nome de registro e nos negócios, ele transformou um ponto da família em uma das pastelarias mais queridas da cidade.
E isso não é Lado B que está elegendo, foram os próprios leitores que mandaram inúmeras vezes o nome da lanchonete como pauta, depois que pedimos sugestões de lugares para comer pastel a preço mais acessível na cidade.
Foi assim que, na tarde de ontem, chegamos até a lanchonete de aproximadamente 30 metros quadrados do seu Amado Antônio Soares Valadão, de 60 anos. Na hora, ele e a comadre que trabalham juntos fritavam inúmeros os pastéis.
O cheiro da fritura dá pra sentir antes de chegar à porta e a vontade de comer bate forte quando você vê um cliente dando aquela bocada em pastel generoso com recheio. Sério, se você também é daqueles que fica “p” da vida com pastel em que o recheio só fica numa pontinha, precisa conhecer o que é feito pelo seu Amado.
O lugar existe há 35 anos e ele jura que nunca mudou a receita. Nem com o aumento dos ingredientes, do gás de cozinha e tudo que é necessário para o preparo dos pastéis, ele garante que o recheio abundante é o mesmo. “Se eu tirar ou diminuir, eu perco a minha história”, diz.
Amado trabalhava como entregador de pizza na década de 80, quando lá por 1986, decidiu aprender a fazer salgados. “Foi o pizzaiolo que me ensinou”. O ponto onde está até hoje pertence à família e foi ali que ele passou a servir salgados, como esfirra, rissoles, assado de pizza, quibe e outros, que hoje, custam R$ 6,00 cada.
Mas o imbatível mesmo é o pastel. Amado nem consegue contar quantos quilos de massa ele produz, mas diz que acorda todos os dias às 3h30 da manhã para iniciar os assados e, em seguida, a fritura dos pastéis.
Isso porque às 6h40, já tem gente que trabalha na região à espera da abertura da lanchonete para garantir o cafezinho e pastel.
Tem gente que até substitui almoço tradicional para comer o pastel sem miséria de recheio. “Parece um A4 o pastel de tão grande”, brinca a jornalista Jéssica Fernandes, que já comeu muito no ponto.
E para ninguém ser ludibriado, experimentamos e conversamos com a freguesia presente na hora da entrevista.
O administrador Sergio Américo Trindade, de 38 anos, diz que frequenta o lugar desde 2011 e ontem, levava três pastéis da casa. Ele até ousou dizer que o pastel dali é o melhor da cidade. “Melhor que o famoso da Afonso Pena e do Mercadão”. Reforçamos a ele que a entrevista estava sendo gravada e essa informação iria para a reportagem, foi quando o contabilista Harry Camargo, de 30 anos, chegou para reforçar a defesa. “É o melhor mesmo, assino embaixo. Já comi em tudo quanto é lugar e aqui, pra mim, é o melhor”.
Já o carro-chefe, segundo o dono e os próprios clientes, é o pastel de carne com queijo. O diferencial? O queijo é caipira. Provamos e, de fato, é saboroso, a carne é bem temperada e a massa caseira, feita pelo Amado, é bem sequinha. Um alívio para quem já se decepcionou muito com pastel encharcado de gordura.
Feliz com o reconhecimento, Amado, pai de 2 filhos que são funcionários públicos, lembra que até personalidades já estiveram ali para experimentar os pastéis. “Há muitos anos, veio o Almir Sater com os filhos dele e virou um fuzuê, porque as pessoas queriam vê-lo. Também já esteve aqui o Jads e Jadson”.
Sem vontade alguma de abandonar o barco depois de três décadas encarando a fritura, a única coisa que Amado não sabe dizer é se a lanchonete se perpetuará. “Quando eu partir, não sei se meus filhos vão querer continuar. Então, enquanto eu conseguir, estarei aqui na lanchonete”, diz em tom de garra.
Quem quiser ir até à lanchonete, Amado’s fica na Rua 14 de Julho, 139, - Vila Santa Dorotheia. Funciona de segunda sexta, das 6h40 às 17h30 e aos sábados, das 6h40 às 17h30.
“Porque aos domingos, eu folgo e aproveito para gastar o dinheiro que eu ganho”, brinca o proprietário.
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