Há 8 anos, placa é a paz de policial cansado das Testemunhas de Jeová
Exausto de ser acordado fim de semana com a presença dos fieis na porta de casa, policial deixou recado
“Olá, você teria um minuto para ouvir a palavra de Jeová?”
Quem faz trabalho de campo de ir, literalmente, de casa em casa para falar dos ensinamentos da Bíblia já está acostumado a ouvir “não” após a frase acima ser dita, e pouco se importa com as recusas. Mas, do outro lado, há pessoas com pouquíssima paciência para esse momento.
É o caso de um morador da Vila Planalto, que parece ter tido a paciência gratinada com a presença das Testemunhas de Jeová, denominação cristã conhecida mundialmente pelo trabalho de evangelização que, frequentemente, bate à casa de alguém no domingo de manhã.
Depois de perder a paciência com a presença de fiéis, ele resolveu colocar uma placa bem direta no portão de casa para evitar qualquer contato. “Eu sou católico! Não me perturbe!”
O recado plastificado está no portão da residência onde mora há oito anos e virou símbolo de “paz” para o policial civil aposentado, conhecido no bairro como Seu Malta.
“O pessoal me perturba. Eu sou católico mesmo, mas bater de manhã para me perturbar não dá”, justifica sobre a placa.
Vivendo no bairro há 32 anos, ele morou em outra residência quando colocou o recado de papel no portão pela primeira vez. Quando se mudou para casa onde vive hoje, passou a viver o tormento de ouvir o sino no portão tocar todo domingo de manhã quando um fiel tentava contato.
“Quando eu quiser falar com Deus eu falo, ninguém precisa vir na minha porta me ensinar a falar com Deus. Depois disso (colocação da placa) nunca mais me perturbou”, avisa o policial.
Nascido no Ceará, o policial chegou a Mato Grosso do Sul na década de 80 depois de ter servido o Exército e atuado como policial militar no Nordeste. O motivo da mudança ele não revela, mas lembra que foi fácil ingressar na Polícia Civil daqui, onde passou anos trabalhando como investigador.
Há 20 anos, ele resolveu se aposentar e viver tranquilo na companhia da esposa, com quem é casado há 42 anos. Até teve vontade de voltar para o Nordeste, mas resolveu fazer a vida aqui e viajar quase todos os anos para visitar amigos e familiares no lugar onde nasceu. “Hoje eu sou muito feliz, consegui com muito trabalho ter minha casa, criar meus filhos e deixar todo mundo encaminhado. Se eu partir, sei que vou tranquilo porque meus filhos estão bem”, diz.
Na sala de casa, a devoção católica fica clara com imagens de Nossa Senhora Aparecida, santa a qual sua mãe também era devota. “Com ela estou sempre protegido. Eu e minha família”.
Quanto ao recado no portão, ele diz que nunca vai tirar, já que depois de colocá-lo, ninguém mais quis tocar os sinos trazidos do Nordeste, que hoje são a 'campainha' da residência.
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