História de “Pai Rato” e “Mãe Gata” virou até nome de balneário
Raimundo era conhecido como o "rato do baralho"; por ser brava e "mandar" no marido, Expedita virou a "gata"
Bom de baralho, Raimundo ganhou o apelido de Rato durante brincadeiras e, sendo uma esposa brava que "mandava" no marido, Expedita virou a Gata. Essa é a história de como a família Gomes Rolim se tornou uma bicharada e foi parar até em nome de balneário em Terenos mais de quarenta anos depois, como conta Luana Lourenço Rolim.
“Todos os filhos ficaram com apelido de gato, meu pai é Chico Gato, tem Sinval Gato, Sérgio Gato, Miguel Gato e não acaba mais. Quem casou com os gatos viraram gatas e os netos viraram gatinhos”, conta Luana, tentando resumir sobre a herança deixada pelo avô.
Se divertindo com a brincadeira, a enfermeira explica que a história é de conhecimento geral em Terenos, cidade em que a família cresceu. “Meu pai conta que meu avô jogava muito baralho e sempre ganhava em tudo. Aí os amigos começaram a chamar ele de rato porque rato é quem rouba, então acabou ficando Raimundo Rato”.
Em consequência, ninguém perdeu a brincadeira e logo decidiram incluir o restante da família no meio da bicharada. “Até minha mãe ficou conhecida como Dona Gata, mesmo depois de já ter se separado do meu pai. Eu e minha irmã ficamos sendo as gatinhas, mas agora o pessoal parou de chamar assim, só os mais velhos que continuam”, diz.
Desde o início da história já se passaram mais de 40 anos e, há 18, Raimundo faleceu. Ainda assim, toda a família mantém o sobrenome de Gato e Rato com orgulho, como explica Luana. Com todos conhecendo os Gatos, a enfermeira explica que seu pai, Francisco, fez questão de colocar o sobrenome carinhoso até em seu balneário. Assim, a história fica cada vez mais forte e se espalha para novos lugares.
“Meu pai construiu do zero a casa e o balneário que ele tem em Terenos. Ele sempre quis ter um lago, gosta muito de conversar e queria ter um lugar para reunir as pessoas. Ele foi construindo e assim nasceu o Balneário do Chico Gato”, detalha a filha.
Luana conta que o gosto por se divertir talvez tenha sido herdado do Pai Rato e que ao mesmo tempo a responsabilidade veio da Mãe Gata, que hoje tem 97 anos. “Minha vó gosta de conversar até hoje e não liga por ser chamada de brava ou de Gata”.
Por realmente gostar da companhia dos visitantes e de compartilhar as histórias da família, Chico manteve o balneário por muito tempo sem cobrar nada. Só recentemente é que uma pequena taxa foi implementada.
A 40 quilômetros de Campo Grande, no Assentamento Patagônia, o balneário tem tudo o que a família dos gatos sempre gostou: conversa, história e, claro, baralho e festa.
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