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Comportamento

Inspirado por mulheres, Flavio decidiu ser pai solo e ‘expandir amor’

Em 48 horas, o professor ficou sabendo da existência de Miguel e se tornou pai

Aletheya Alves | 13/08/2023 07:10
Flavio e Miguel durante viagem de férias neste ano. (Foto: Arquivo pessoal)
Flavio e Miguel durante viagem de férias neste ano. (Foto: Arquivo pessoal)

“O sonho de ser pai começa quando você decide expandir o amor de outra forma”. Aos 44 anos, o professor Flavio Serafim comemora pela segunda vez a data de hoje (13) como pai solo e, inspirado por mulheres, narra que essa decisão foi uma das melhores de sua vida.

Seguindo exemplos na família e no círculo de amizades, o professor passou a pensar sobre como também poderia tentar se tornar pai mesmo sem compor um casal. “Sempre digo que me espelhei nas mães que conseguiram ser mães solo durante a vida toda. Não é uma questão de comparação, mas de pensar que se elas podem, eu também posso”, pontua.

Observando amigas de trabalho e histórias que ouviu durante a vida, se encarar como pai solo foi um processo mais tranquilo. E, contando com sua mãe, a trajetória tem sido ainda mais bonita.

“Minha rede de apoio é bem restrita porque somos apenas eu e minha mãe, que tem 73 anos. Conto com ela”, comenta Flavio.

Inspirado por mães solo, ele conta que decidiu entrar no processo de adoção. (Foto: Arquivo pessoal)
Inspirado por mães solo, ele conta que decidiu entrar no processo de adoção. (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar da família ser pequena, ele garante que o amor e carinho envolvidos são suficientes. “E o Miguel é da paz, tranquilo. Parece um mini adulto porque tudo o que você pede, ele te responde. Sempre foi muito obediente”.

Contando sobre o processo de adoção, Flavio narra que tudo começou em 2020, quando percebeu que o momento havia chegado. “A habilitação acabou demorando por conta da pandemia. Na época, o pessoal do Judiciário não podia fazer visitas e, por isso, foi mais longo”.

Após a habilitação para poder receber o filho ser realizada, Miguel chegou em dois meses. “Foi peculiar porque soube dele numa sexta-feira, o conheci em uma segunda e ele já estava morando comigo na quarta-feira. Em menos de 48 horas desde que o conheci tive que providenciar toda a estrutura mínima para receber uma criança”, diz.

Rede de apoio de Flavio é composta por sua mãe, de 73 anos. (Foto: Arquivo pessoal)
Rede de apoio de Flavio é composta por sua mãe, de 73 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Em relação à temática de preconceito tanto por ser pai por adoção quanto solo, ele comenta que talvez tenha dado sorte. Há mais de um ano com Miguel, até hoje nunca se sentiu visto com maus olhos.

“Nunca vivenciei o preconceito nesse sentido, acho que o que sinto de mais dificuldade é em relação ao uso do nome afetivo. Mesmo existindo uma lei estadual, as pessoas têm uma resistência, principalmente em locais como hospitais e uso de plano de saúde”, diz Flavio.

A diferenciação entre ser pai solo e qualquer outro tipo de família também não foi sentida por ele no momento do processo de adoção. “Não houve diferença nenhuma, já que foi feito para mim da mesma forma com que é feita para casais, por exemplo”.

Hoje, comemorando mais uma vez o Dia dos Pais com o menino, Flavio olha para todos os processos, dúvidas e medos com a certeza de que a vida ficou melhor com Miguel. “Hoje não vejo minha vida sem ele, não faz sentido”.

“Minha vida estava muito adulta, os assuntos adultos e a criança te traz alegria, resgata a inocência, o brilho, a cor. Você volta a ver desenho, assiste filmes, enfim. Eu precisava expandir o amor dessa forma e o Miguel veio para isso, para deixar minha vida mais leve e menos adulta”, completa.

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