Joel vai para hospital, mas corrente solidária agora cuida de família felina
Responsável pelos gatos foi internado e animais ficaram sozinhos em casa, agora, voluntários arrecadam ração
Os nomes dos gatinhos ninguém sabe. Tampouco a história de cada um deles. Mas isso nada importa. Na necessidade, os voluntários pelo bem-estar animal sempre mostram o quanto a união faz a força. Mesmo sem conhecer os bichinhos, ao descobrir que o responsável foi às pressas para o hospital, uma corrente de voluntários se formou para garantir ração e um pouco de carinho diário à turminha de Joel Araújo.
O tutor da bicharada enfrenta doença nos rins e teve de ser submetido à cirurgia. Imediatamente, surgiu a campanha na internet para arrecadar ração e organizar revezamento para alimentar os gatos.
A auxiliar de escritório Fran Cunha lançou o pedido no Facebook e conseguiu a alimentação para os próximos dias. Mas como o tutor está afastado do trabalho, quanto mais doações, melhor. "A gente se une pelos animais, mas acaba se aproximando das pessoas e ajudando também nessas horas", diz.
Filha única, há 4 anos, Fran deixou uma ONG de protetores para se dedicar à mãe, que sofre com a progressão do Alzheimer. Mas os cuidados com os animais também não saem da rotina dela.
Nas redes sociais, ela acrescentou até o sobrenome "Gatto". Nas publicações, fotos de bichos abandonados, feridos ou pedidos de castração estão em quase todas as postagens.
Ela lembra que desde muito pequena tem paixão por gatos. "Meu pai não deixava eu dormir com nenhum, mas era só ele dizer 'boa noite' para eu abrir a janela e deixa o gato entrar". Hoje, a mais velha da família de felinos tem 15 anos, 86 na conta, se fosse humano.
Mas ajudar outros tutores é complicado. "Problema é que sempre são as mesmas pessoas que ajudam... umas 5", conta Fran.
Nessa última campanha de arrecadação, uma novidade boa. "Uma pessoa que eu não conhecia resolveu ajudar. Acho que ela é amiga de outra voluntária e primeiro investigou para ver se eu era séria mesmo", explica.
"Existe desunião no nosso meio, mas a união é muito mais forte. Cada um faz o que pode. É um trabalho de formiguinha. Um dia, uma professora que eu sei que não tem condições financeiras, fez questão de contribuir. Isso vale muito", comenta.
Quem quiser ajudar, pode ligar para a Fran ou enviar mensagem para (67) 98127-8978.
