Jorge quase não foi criança, mas cresceu e resolveu criar brinquedos
Gaúcho trabalhou na área rural desde pequeno, mas há 40 anos se dedica a construir parquinhos
Tendo precisado trabalhar desde a infância, Jorge Kaczan, de 62 anos, quase não teve tempo de se divertir brincando quando era criança. Depois de muitos anos passados na roça, o gaúcho se mudou para Campo Grande e há 40 anos finalmente começou a se dedicar aos brinquedos coloridos, mas criando tudo.
“Tem criança que chega aqui, fica olhando os parquinhos e não querem nem esperar, vejo a alegria nelas”, conta Jorge. Mesmo sem nunca ter aproveitado um dos balanços quando criança, ele explica que a diversão que poderia ter vivido se transformou em alegria durante o passar dos anos.
Mas, antes de conseguir pensar assim e ver os parquinhos com outros olhos, muita coisa precisou acontecer. Incluindo colocar a mochila com marmita nas costas e seguir para as fazendas de cana-de-açúcar.
Antes dos 20 anos, Jorge seguiu no Rio Grande do Sul e explica que foi criado pela mãe e avó. “Eu sou semianalfabeto, nunca fui para escola porque trabalhava na fazenda. Era muito humilde, fui logo cedo trabalhar com cana e depois com máquina pesada”.
Nesse período, os pais se separaram e por anos ele ficou sem ver Augusto, o pai. Jorge narra que enquanto ele, os irmãos, a mãe e a avó continuavam no Rio Grande do Sul, Augusto começou a “subir” pelo País.
“Meu pai era ferreiro, mas não mexia com os parquinhos desde o início. Quando já estava aqui no Mato Grosso do Sul que começou”, explica sobre como o pai e consequentemente ele chegaram ao ramo.
No início, Augusto criou apenas um balanço e um escorregador, como detalha Jorge, mas as ideias cresceram e se transformaram em quatro décadas de produção. Com 22 anos, o filho resolveu vir para Mato Grosso do Sul apenas com a roupa do corpo para trabalhar e, assim, precisou aprender a trabalhar com solda.
“Eu nunca tinha visto uma, mas aprendi porque quando você quer, você aprende de tudo. A técnica não é tão difícil, mas tem muitos detalhes que precisa se atentar, além de lidar com a vista e fumaça”, diz Jorge.
Hoje, é Jorge quem se responsabiliza por ensinar os funcionários e criar cada balancinho. E, desde que resolveu dedicar a vida aos parquinhos, não abandonou mais os brinquedos.
Sobre já ter pensado em abandonar os parquinhos coloridos, ele explica que gosta do ramo e mesmo com a demanda caindo, nunca quis deixar os brinquedos de lado. “Já fizemos muitos parquinhos, mas os pedidos diminuíram bastante. Mesmo assim, sempre tem uma família que passa por aqui com alguma criança que fica doida”, brinca.
Quem quiser encomendar brinquedos, o telefone é (67) 99939-6285.
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