Legado de Ciro, acervo musical é prova da paixão de uma vida
Jornalista se tornou referência na área da comunicação em Mato Grosso do Sul
“A essência dele sempre foi a música”, resume o radialista Fernando Blank sobre o jornalista e amigo Ciro de Oliveira. Tendo partido na madrugada desta quinta-feira (12), o profissional se manteve apaixonado durante toda sua vida e, exemplo disso, é um dos maiores acervos musicais de Mato Grosso do Sul.
Tendo iniciado sua carreira na área da comunicação aos 13 anos, Ciro mergulhou no mundo das rádios ao conseguir seu primeiro emprego como “garoto de recados” na Educação Rural. E, para quem o conhece desde a infância, a personalidade cativante unida à sensibilidade para os sons sempre esteve presente.
Irmão mais novo do radialista, Lenine Oliveira Rocha sintetiza que sempre viu Ciro como alguém único. “Ele sempre foi um camarada diferente. Conhecia música como ninguém”, introduz o geógrafo.
Mostrando o conhecimento na prática, o irmão relembra que uma das habilidades do jornalista era “adivinhar” quais músicas seriam as perfeitas para cada um.
“Antes, quando ele gravava fitas, você não precisava dizer doze músicas que queria. Era só falar três que a partir delas ele já completava. Era incrível porque a gente ouvia a seleção e era exatamente aquelas que a pessoa gostava”, comenta Lenine.
E, pensando para além da música, o geógrafo destaca que Ciro sempre foi um homem de coração enorme. “Tem gente que gosta dele sem nem conhecer pessoalmente. No velório, vieram ouvintes que nunca viram o rosto dele, mas estiveram por aqui”.
Retomando a paixão do irmão pelos sons, Lenine explica que a enorme coleção de discos e CDs ainda não tem destinação. “Precisa ir para um lugar importante porque é um acervo enorme”.
Além de amigo, Fernando Blank explica que sempre foi um fã de Ciro. Até por isso, a admiração pelos mais de 6 mil LPs e 30 mil CDs é ainda maior.
“Eu conheci o Ciro o ouvindo, eu e minha saudosa mãe. Todo domingo de manhã, a gente ouvia e, com o destino, alguns anos depois me tornei colega de profissão e amigo. O Ciro era uma pessoa generosa demais”.
Tendo acompanhado de perto a trajetória do amigo, Fernando comenta que, para ele, a história do radialista nunca vai morrer. “Morre um homem, nasceu um mito. Fica esse legado de cultura que é mais do que um homem, é uma enciclopédia”, diz.
Entre os desejos de quem sempre valorizou a paixão vivida por Ciro, o amigo defende que a história do jornalista precisa ser destacada em locais que vão desde os cursos da área de comunicação até no cotidiano.
“Fica, para nós, essa pessoa que é, na verdade, um patrimônio de Mato Grosso do Sul”, completa Fernando.
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