Loja mais antiga de fogos de artifício resiste chegando à 3ª geração
Tendo crescido em meio aos fogos, Irene deixou os 20 anos como advogada para assumir negócio da família
Hoje, ela também é dona da empresa, mas a maior parte dos clientes viu praticamente ela nascer”, introduz Policarpo Matias de Lima sobre a filha, Irene Coutinho de Lima. Vendo a cena se repetir com a terceira geração, os dois assistem a João Pedro, de 5 anos, viver algo parecido no balcão da loja mais antiga de fogos de artifício da cidade como representando a resistência da família.
Aos 88 anos, Policarpo faz questão de se manter com olhos atentos ao que acontece dentro da Brasfogos, localizada na Rua Sete de Setembro. Em 2012, o homem vindo do Rio Grande do Norte teve a história contada pelo Lado B e, agora, divide o bastão com Irene.
Seguindo o ritmo do pai, Irene explica que apesar de ter crescido dentro da loja, passou boa parte da vida trabalhando com outros ramos. “Eu e meus irmãos vivemos aqui dentro, até porque quando ele abriu a loja, nossa casa era nos fundos. A gente ficava aqui, auxiliava no que podia, mas eu me formei em Direito e fui trabalhar nessa área”.
Ao todo, foram mais de duas décadas sem ter um contato exclusivo com os fogos de artifício, até que Policarpo relatou que precisava de ajuda no comércio.
“Ele comentou que precisava de alguém aqui dentro e desde então eu vim. Acabou que deixei de lado a advocacia e me tornei sócia do meu pai. Muita coisa aconteceu desde então”, diz Irene.
Ainda em fase de aprendizado, como ela brinca, a parceria com Policarpo também é algo que Irene faz questão de destacar. “Meu pai é uma pessoa que não teve longos estudos, ele aprendeu a maior parte das coisas sozinho e continua passando isso para a gente. Ele sempre fala como vender, como fazer compras, como tratar o cliente e a gente precisa estar atento, precisa guardar isso”.
Com o passar do tempo, para fazer com que o negócio continuasse de portas abertas, a família precisou se esforçar para se adaptar ao público e às demandas. Para Irene, a fase mais difícil foi realmente a pandemia.
“De repente, não tinha mais comemorações e se não existe isso, nossos produtos não são vendidos. A gente quase fechou, mas como meu pai lutou muito e o espaço é nosso, não precisamos pagar aluguel, foi possível continuar”, explica a filha.
Outra mudança vista nos cinco anos de experiência foi a alteração dos próprios produtos. “Antes, a gente tinha os fogos que são mais tradicionais, hoje temos muita coisa silenciosa. Também inserimos produtos como arranjos de balões, velas, enfim, coisas que podem ser comercializadas em toda parte do ano”, explica Irene.
E, com todo esse processo para conseguir manter as portas abertas, a família se orgulha em se ver chegando à terceira geração na Sete de Setembro.
“Meu filho estar aqui é muito parecido com o jeito que eu cresci. Acho que quando a gente mantém um negócio de família, isso acontece. O João também vai crescer aqui dentro, é a família do seu policarpo e da dona Irene continuando. Meu pai trabalhou muito, minha mãe foi essencial para que ele conseguisse seguir assim e a gente estar aqui hoje. Então é uma alegria mesmo”, completa Irene.
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