Lutando contra câncer no cérebro, Júlio ganha surpresa emocionante
Júlio recebeu de presente, pelo aniversário de 12 anos, uma festa surpresa com direito a convidados especiais
A tarde desta quarta-feira (6) foi repleta de alegria e surpresas para o adolescente Júlio César Figueiredo Costa, que recebeu, de presente pelo aniversário de 12 anos, uma festa surpresa com direito a convidados especiais.
Júlio é paciente em tratamento de um tumor cerebral no AAPC (Centro de Apoio Amigos do Chitão), e a festa contou com a presença do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e do Batalhão de Choque da PM-MS (Polícia Militar).
Além dos militares, que o presentearem o adolescente com um boné, uma camiseta e uma medalha, também o levaram para dar um passeio no banco da frente da viatura.
O momento foi de tamanha alegria para Júlio, que expressou que esse foi “o melhor aniversário” de sua vida e não parava de sorrir. Além de interagir com os policiais, ainda aproveitou para brincar com o cão do batalhão e fazer muitos registros nas viaturas.
Os pais de Júlio, Roseli Figueiredo Marrelli, de 44 anos, e Vagner Gouveia Costa, de 37 anos, relatam que o filho começou a passar mal em agosto, com sintomas de dor de cabeça, vômito e tontura. Desde então foram várias idas e vindas ao hospital, sem nenhuma perspectiva de melhora dos sintomas. Até que uma noite, Julio sofreu uma convulsão, e precisou ser levado às pressas ao hospital.
Após ser internado, o adolescente foi encaminhado para um hospital em Dourados, onde passou por exames e tomografias, que constataram um tumor no cérebro. Sem condições de obter um diagnóstico e um tratamento no interior do Estado, a família veio com Júlio para Campo Grande.
Na Capital, o adolescente passou por mais uma série de exames e recebeu o diagnóstico de um neuroblastoma cerebral. A família está há três meses em Campo Grande, e nesse período, Júlio chegou a passar por um procedimento para retirar um líquido do cérebro e exames de biópsia.
Por conta da região onde está localizado o tumor, não é possível fazer uma cirurgia pelo risco ser muito alto, então Júlio, atualmente, faz tratamento de quimioterapia e radioterapia para controlar a doença.
“Quando ele fez a primeira sessão de quimioterapia, foi muito difícil, ele ficou muito debilitado, ficou sem andar, não falava muito, teve que colocar uma sonda. Colocaram muita morfina nele, porque ele sentia muita dor em cima, nas costas, nas pernas”, relata Roseli.
A dor do luto e da perda de um filho por uma doença é algo que Roseli e Vagner conheceram de perto, há quatro anos, ela relata que perdeu outro filho, um rapaz de 17 anos, alegre, brincalhão, apaixonado pela vida, mas que do dia para a noite começou a passar mal.
Após passar por exames, ele foi diagnosticado com microcardiopatia, chegou a ficar sete dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e após sair, Roseli e Vagner receberam a notícia de que a condição do rapaz não tinha chance de cura.
“O médico falou para mim que meu filho era uma bomba-relógio, e que em qualquer momento ele iria morrer. Ele me disse que eu poderia ser milionária, mas não conseguiria salvar meu filho. E aí a gente fez só cuidar dele e se aproximar mais, conviver mais com ele. E assim durou três anos”, relembra.
Após a morte do filho, Roseli desenvolveu um quadro sério de depressão, e precisa de medicação controlada, além de ter recebido um laudo médico alegando que não pode ser deixada sozinha. Por esse motivo, Vagner precisou deixar o trabalho, para poder cuidar da esposa e de Júlio.
Agora, ao passar novamente pela mesma situação com Júlio, Roseli relata que não consegue dormir por preocupação, e que ver seu filho ser submetido a procedimentos e exames invasivos lhe parte o coração. De toda forma, ela mantém viva a esperança do adolescente sair do tratamento curado.
“Eu não sei nem explicar como eu me sinto. Às vezes eu me sinto injustiçada, às vezes eu me sinto sendo penalizada por alguma coisa. Eu estou confiando muito em Deus. Estou me agarrando em Deus e pedindo para Deus ser a mão dos médicos. Ele deixou os médicos, ele deixou a inteligência do ser humano e eu creio que vai dar certo”, expressa.
Para cuidar de Júlio durante o tratamento em Campo Grande, a família precisou deixar os outros quatro filhos em Glória de Dourados. Eles vieram para a Capital com a ajuda de familiares e amigos, que contribuem com a estadia deles na cidade, por meio de doações.
Quem puder ajudar a família de alguma forma, seja com doações ou dinheiro para custear alimentação, transporte até o hospital e aos exames, Júlio e os pais estão acomodados na Associação Amigos do Chicão, na Avenida América, nº 1169, Vila Planalto.
Roseli convida a todos que quiserem conhecer Júlio e ouvir sobre sua história. Basta entrar em contato pelo telefone (67) 99675-0130.
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