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Comportamento

Marido ciumento é pesadelo de barbeiro que faz unha da mulherada

Jhonatan decidiu investir no ramo da beleza, mas precisa lidar com preconceito na área

Por Aletheya Alves | 20/12/2024 07:23

Há três anos, Jhonatan Martinez decidiu que aprenderia a fazer unhas para ajudar sua esposa, Immanuelle Abrahão, em seu salão. Desde então, o barbeiro gostou do desafio, mas encontrou um problema no caminho: lidar com os maridos ciumentos quando descobrem que, ao invés de uma mulher, quem faz as unhas de suas esposas é um homem.

Nas redes sociais, Jhonatan é o “mano das unhas”, mais uma tentativa de brincar e dar um aspecto mais “masculino” para a história, como ele diz. A questão é que nem todo o esforço resolve o preconceito que segue forte.

“Alguns maridos são meio machistas. As mulheres falam que vão fazer unha, mas não falam que é com homem e aí depois eles descobrem, querem proibir as mulheres de fazer a unha comigo”.

Jhonatan trabalha no ramo das unhas há 3 anos. (Foto: Paulo Francis)
Jhonatan trabalha no ramo das unhas há 3 anos. (Foto: Paulo Francis)

Nem mesmo explicar que é casado e que sua esposa atende no salão resolve a questão. Até agora, Jhonatan ainda não descobriu uma solução, então acaba focando nos clientes que acham diferente, mas positivo, um homem fazer unhas.

Tentando focar no lado positivo, o barbeiro narra que o esforço precisa ser grande. Isso porque, além dos maridos ciumentos, os comentários ruins também já partiram de pessoas próximas.

“No começo, alguns homens me zoavam, falavam que era coisa de ‘mulherzinha’ e eu respondia”. No seu caso, a escolha foi deixar as falas para trás, até porque a profissão segue dando certo.

Contando sobre sua história, o barbeiro e designer de unhas explica que, em 2017, fez o primeiro curso por não conseguir emprego. Vendo os amigos aparando barbas e cortando cabelo masculino, decidiu entrar no ramo.

Na pandemia, ele abriu seu próprio espaço e, pouco tempo depois, conheceu sua esposa. Manu também trabalha com o ramo da beleza e tinha seu salão, foi ali que os dois começaram a unir os trabalhos.

Apesar de existir o preconceito, ele comenta que há bons retornos. (Foto: Paulo Francis)
Apesar de existir o preconceito, ele comenta que há bons retornos. (Foto: Paulo Francis)

Jhonatan detalha que a barbearia não estava dando o retorno esperado, então Manu sugeriu que ele atuasse como seu assistente para melhorar os orçamentos.

“Fiquei ajudando com mechas, tintura, mas vi que não era para mim e pensei no que mais poderia fazer para ajudar no salão. Eu queria fazer um curso de maquiagem porque minha esposa iria fazer unha de gel, mas ela não conseguiu pelos horários”, diz.

Vendo a situação como uma oportunidade, Jhonatan fez o curso e começou a trabalhar. “Eu peguei o gosto mesmo. Comecei a usar as clientes da minha esposa como modelo, ela também, minha sogra, minha mãe e outros familiares. Fui me aperfeiçoando cada vez mais e assim a gente continua”.

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