ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 17º

Comportamento

Micropigmentação nos seios salvou autoestima de Gilmara após câncer

Técnica que atinge primeira camada da pele foi esperança e lembrete para pedagoga de que a vida continua

Por Natália Olliver | 28/10/2023 07:58
Gilmara na última quimioterapia, em 2022 (Foto: Arquivo pessoal)
Gilmara na última quimioterapia, em 2022 (Foto: Arquivo pessoal)

Após passar por um câncer agressivo nas mamas, Gilmara Telles, 43 anos, precisou reencontrar a autoestima “roubada”. A forma de voltar a gostar dos seios foi através da micropigmentação, que foi esperança e lembrete para pedagoga de que a vida continua. A técnica é diferente da tatuagem porque atinge a primeira camada da pele, ou seja, o efeito não é permanente, mas pode ser retocado.

O câncer foi descoberto após exames de rotina, em fevereiro de 2021. A surpresa veio depois de um autoexame - quando a mulher aperta o seio em busca de nódulos incomuns ou observa marchas na pele. O caroço estava na mama esquerda. “Aí começou minha luta. Fiz a biópsia e deu tumor maligno de grau três (considerado agressivo). Em março, comecei as quimioterapias, cirurgias, radioterapias. Graças a Deus foi uma guerra vencida”.

Perder as aréolas dos seios foi um trauma para a pedagoga e a primeira sessão do tratamento estético veio como um alívio. “Quando uma mulher perde sua mama e se olha no espelho, vendo apenas uma grande cicatriz no lugar, é extremamente chocante. Quando fiz a reconstrução, me senti mulher de novo, já não tenho mais vergonha dos meus seios”.

A reconstrução é feita por Deise Liziani Girardi, de 44 anos, de forma voluntária. Ela realiza um projeto há 7 anos, duas vezes na semana, voltado a mulheres afetadas pela doença. “Lembro da minha primeira sessão com ela e ela tinha feito apenas um esboço de como ficaria e comecei a chorar de emoção, eu estava vendo meu seio como ele deveria ser”, diz, Gilmara.

Antes e depois da micropigmentaçao de mamas (Foto: Deise Girardi)
Antes e depois da micropigmentaçao de mamas (Foto: Deise Girardi)

 A micropigmentadora explica ao Lado B que o trabalho é feito após alta dada pelo médico da paciente. Depois disso, ela realiza uma seleção com as candidatas aptas e oferece o serviço. “Faço como se fosse uma maquiagem aí elas aprovam e começo a parte do desenho mesmo. Elas fazem a cada um mês, durante três meses seguidos”.

A  ideia veio após começar a trabalhar na área de estética, com  o curso de paramédica. Os médicos começaram a indicá-la até que a demanda ficou grande. O projeto social nasceu da vontade em devolver a autoestima às mulheres. “Vinha muita gente pra fazer a reconstrução, é uma parte muito importante isso, de levantar a autoestima delas. Fiz mais de 30 clientes já. Para fazer o trabalho tendo parceria com alguns médicos”.

Gilmara revela que receber o diagnóstico é o primeiro impacto para mulher, depois a notícia de que terá que tirar parte do seio ou totalmente termina de destruí-las. “Não é fácil ouvir que você está com câncer, independente do tipo. Passamos pela queda dos cabelos, algumas engordam ou emagrecem demais. Mexe com toda a autoestima dessa mulher. Ter sua mama reconstruída é como ter um troféu de vitória depois de uma grande guerra”.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias