Micropigmentação nos seios salvou autoestima de Gilmara após câncer
Técnica que atinge primeira camada da pele foi esperança e lembrete para pedagoga de que a vida continua
Após passar por um câncer agressivo nas mamas, Gilmara Telles, 43 anos, precisou reencontrar a autoestima “roubada”. A forma de voltar a gostar dos seios foi através da micropigmentação, que foi esperança e lembrete para pedagoga de que a vida continua. A técnica é diferente da tatuagem porque atinge a primeira camada da pele, ou seja, o efeito não é permanente, mas pode ser retocado.
O câncer foi descoberto após exames de rotina, em fevereiro de 2021. A surpresa veio depois de um autoexame - quando a mulher aperta o seio em busca de nódulos incomuns ou observa marchas na pele. O caroço estava na mama esquerda. “Aí começou minha luta. Fiz a biópsia e deu tumor maligno de grau três (considerado agressivo). Em março, comecei as quimioterapias, cirurgias, radioterapias. Graças a Deus foi uma guerra vencida”.
Perder as aréolas dos seios foi um trauma para a pedagoga e a primeira sessão do tratamento estético veio como um alívio. “Quando uma mulher perde sua mama e se olha no espelho, vendo apenas uma grande cicatriz no lugar, é extremamente chocante. Quando fiz a reconstrução, me senti mulher de novo, já não tenho mais vergonha dos meus seios”.
A reconstrução é feita por Deise Liziani Girardi, de 44 anos, de forma voluntária. Ela realiza um projeto há 7 anos, duas vezes na semana, voltado a mulheres afetadas pela doença. “Lembro da minha primeira sessão com ela e ela tinha feito apenas um esboço de como ficaria e comecei a chorar de emoção, eu estava vendo meu seio como ele deveria ser”, diz, Gilmara.
A micropigmentadora explica ao Lado B que o trabalho é feito após alta dada pelo médico da paciente. Depois disso, ela realiza uma seleção com as candidatas aptas e oferece o serviço. “Faço como se fosse uma maquiagem aí elas aprovam e começo a parte do desenho mesmo. Elas fazem a cada um mês, durante três meses seguidos”.
A ideia veio após começar a trabalhar na área de estética, com o curso de paramédica. Os médicos começaram a indicá-la até que a demanda ficou grande. O projeto social nasceu da vontade em devolver a autoestima às mulheres. “Vinha muita gente pra fazer a reconstrução, é uma parte muito importante isso, de levantar a autoestima delas. Fiz mais de 30 clientes já. Para fazer o trabalho tendo parceria com alguns médicos”.
Gilmara revela que receber o diagnóstico é o primeiro impacto para mulher, depois a notícia de que terá que tirar parte do seio ou totalmente termina de destruí-las. “Não é fácil ouvir que você está com câncer, independente do tipo. Passamos pela queda dos cabelos, algumas engordam ou emagrecem demais. Mexe com toda a autoestima dessa mulher. Ter sua mama reconstruída é como ter um troféu de vitória depois de uma grande guerra”.
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