Morre Gabriel Corrêa, figura marcante no samba e futebol de MS
Seu Gabriel, como era conhecido, morreu aos 83 anos vítima de um infarto fulminante na noite de ontem (13).
O carnavalesco, ex-funcionário público e ídolo do futebol sul-mato-grossense Gabriel Corrêa, faleceu na noite desta terça-feira (13), na Capital. Ele era integrante da Acadêmicos do Samba, a primeira escola em Campo Grande, fundada pelo famoso Gregório Corrêa, o Goinha, irmão já falecido.
Aos 83 anos, Gabriel estava internado há uma semana no Hospital El Kadri. Passou por um cateterismo depois de quadro de problemas cardíacos agravado. “Mas na noite de ontem ele não resistiu a um infarto fulminante”, explicou o filho, Israel Eduardo Corrêa.
Natural de Miranda, Gabriel, "Nego Bié" ou “Seu Gabriel” como era conhecido, construiu uma história “que dá orgulho”, diz Israel, de jogador do Operário, louco por futebol, para o barracão da escola de samba.
Nas redes sociais, os amigos e fãs se despediram lembrando das histórias de Gabriel. "Centroavante intrépido. Corajoso, não tinha medo dos beques centrais como Paulo Tognini, Orlandão, que jogavam duro. Quando começamos as rodas de samba no restaurante universitário estava ele lá com seu irmão conduzindo o samba raiz. Música e futebol sempre foram a tônica dos irmãos Corrêa", postou o ortopedista José Luís Mikimba
Os mais saudosos relacionam a figura dele ao desempenho nos campos. "Quem é amante do futebol raiz de Campo Grande, e prestigiou os Campeonatos da Lemc, com certeza, assistiu ou ouviu falar do Gabriel Corrêa, o Nêgo Bié. Jogou pelo Asas e Operário e também defendeu as cores da Seleção Campo-grandense como centroavante", comentou o amigo Marcílio de Souza Silva.
Para o jornalista Laureano Secundo, ficou a gratidão pela proximidade com a torcida. "Acho que em 1968, quando o Operário foi campeão, me tornei torcedor do Galo. O gol nesse dia foi dele. Dias depois, acabou passando ali pela Avenida Mato Grosso na Casa Baiana onde meu pai tinha sapataria e meu meu pai disse que eu era seu fã. Ele me cumprimentou, brincou comigo e se tornou definitivamente o o ídolo daquele garoto num tempo em que os ídolos dos grandes times ficavam muito distantes da gente que morava aqui em Campo Grande".
Carnaval - Seguindo os passos do irmão Goinha, Gabriel sempre foi carnavalesco animado, que gostava de contar a história da cidade através do Carnaval. Nos últimos anos ele já não participava da correria por conta da idade, mas nada o deixava de fora. “Ele assistia, acompanhava os detalhes, torcia também para que a pandemia acabasse e o Carnaval voltasse com tudo”, comenta o filho.
Integrante da diretoria da Lienca (Liga das Escolas de Samba de Campo Grande), Eduardo de Souza Neto, lembrou que Gabriel fez uma “passagem marcante no universo do samba e do futebol sul-mato-grossense”, deixando legado de “alegria e amor” ao Carnaval da cidade.
Já o sobrinho Diogo Corrêa, da escola Cinderela Tradição, lamentou dizendo que o tio fará falta para a comunidade do Estrela do Sul. “Foi um pai de família a moda antiga, muito respeitado por toda à família e em sua Comunidade do Estrela do Sul. Alegre o tempo todo e muito brincalhão. Essa é a lembrança do folião. Hoje a grande família Corrêa está de luto”.
Sobre a despedida, a família ainda não sabe horário e local do sepultamento.
Gabriel deixa 4 filhos, 8 netos e muitos amigos no samba.
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