Motorista de app é tão gentil que já recebeu nota máxima 10 mil vezes
Róger já trocou de profissão, mas não largou atendimento ao público
Para alguns pode até parecer clichê, mas para o motorista de aplicativo Walmir Rogério Araújo, de 51 anos - que prefere ser chamado de Róger- é lei: gentileza gera gentileza. Para ele, tratar as pessoas de forma gentil é a resposta para tudo e deixa muito marmanjo sem reação no trânsito. A palavra é o segredo para uma vida mais tranquila.
Por ter sido garçom por 32 anos, ele aprendeu que ser alguém que se importa com o outro pode mudar não só o próprio, dia mas o do próximo. O resultado é visto nas avaliações do motorista, que carrega 5 estrelas no perfil do aplicativo em seis anos e meio de corridas.
“Todo dia você tem que sair e pensar em fazer gentileza. A pessoa te fecha e você pede desculpa e segue porque se você for estressar já era. Mesmo que esteja certo você pede desculpa e quebra a pessoa ali mesmo. Às vezes ela tá procurando alguém para brigar. Esses dia o cara me fechou no trânsito. Eu parei, ele baixou o vidro e falou um monte. Aí eu pedi desculpa e ele ficou quieto".
Ele comenta que não entende a atitude de alguns motoristas em não fazer o mínimo pelo passageiro como descer do carro e abrir o porta-malas do próprio veículo, aceitar corridas em supermercados e perguntar se a pessoa está com muita compra, ou se recusar a transportar cadeirantes por conta do ‘trabalho’ em descer e colocar a cadeira no carro.
“A maioria dos motoristas não gosta de descer. Pra mim, gentileza gera gentileza. Eu desço, pego a sacola e até ganho gorjeta, principalmente quando vou para o aeroporto. Outra coisa, você vai buscar a pessoa cadeirante ela já manda mensagem antes falando que é. Eu adoro atendimento ao público, tenho maior prazer. A gente não sabe o dia de manhã, meu carro é espaçoso e é bem confortável. Pego a cadeira, coloco no porta-malas e ajudo a pessoa a entrar. Eu me sinto bem”.
Róger mudou de ramo após perceber que perdia muito da vida e dos finais de semana com a família na profissão de garçom. Entretanto, ele fala com orgulho do tempo em que foi até chefe, da época em que os clientes ligavam no celular particular dele para reservar uma mesa.
“Eu cansei da rotina de trabalhar à noite, era cansativo demais. Eu prefiro que a gente tenha um horário livre e hoje eu tenho mais tempo para ficar com os meus netos. Eu trabalhei tanto antigamente que não tive tempo de ficar com os meus filhos. Aí hoje eu tenho. Ontem mesmo eu levei um para jogar bola. Tô me dedicando à família”.
Mudanças
Em 2018 o motorista resolveu empreender. Cansado dos descontos abusivos dos aplicativos de transporte urbanos, ele se juntou a um amigo para criar um projeto de mobilidade por aplicativo. A ideia foi levada para Maceió.
“Eu não conhecia o Nordeste, fui embora pra lá, arrumei um investidor e deu certo, mas aí veio a pandemia. Parou tudo. Hoje eu fico lá e cá, tenho uma empresa que desenvolve aplicativos desse meio. Trabalho como motorista também porque eu gosto. Graças a Deus eu plantei uma sementinha e agora que eu vou começar a colher os frutos. Mas eu prefiro estar na rua trabalhando, atendendo as pessoas”.
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