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Comportamento

Na véspera de furacão, campo-grandense ajuda 16 famílias em Orlando

Guia fala sobre trabalho com as famílias da Capital e preparativos para passagem do furacão “Milton”

Por Jéssica Fernandes | 09/10/2024 13:00
Guia de turismo em Orlando, Juliana Abss Duarte, em frente à Disney. (Foto: Arquivo pessoal)
Guia de turismo em Orlando, Juliana Abss Duarte, em frente à Disney. (Foto: Arquivo pessoal)

O mês de outubro já é movimentado para a guia e especialista de Orlando, Juliana Abss Duarte, de 35 anos, mas nesta semana a chegada do furacão Milton, na Flórida, deixou a situação mais complicada. No momento, ela está ajudando 16 famílias brasileiras, sendo cinco de Campo Grande, a se prepararem para a passagem do fenômeno.

Considerado extremamente perigoso, o furacão passará pelo estado da Flórida na madrugada desta quinta-feira (10). Apesar de ter recebido classificação cinco, que é a mais alta, o fenômeno terá impacto nível um ou dois em Orlando.

“Aqui vai ser diferente, a tempestade agora está muito forte, mas ela entra numa intensidade menor, é diferente a preparação. Não é um nível devastador, quando ele chegar aqui pode ter quedas de árvores, talvez alguns pontos de alagamento”, explica a guia.

Enquanto se prepara para a chegada de Milton, Juliana também está auxiliando 16 famílias brasileiras que foram passar férias em Orlando e, pela primeira vez, estão lidando com a passagem de um furacão. “Desde sábado à noite, quando teve a confirmação, começamos a mudar o itinerário, tinha uma família de Campo Grande que chegou ontem e precisamos alterar [programação]”, diz.

Com os aeroportos fechados sem previsão de retorno, os grupos de brasileiros estão hospedados em hotéis e casas de férias. Além de reajustar os passeios, reorganizar os itinerários, a guia também tem fornecido orientações e assistências para eles. “Eu tento alertar as famílias a perguntar qual é o procedimento nos hotéis, nas casas, é só se preparar bastante e alterar o itinerário de viagem”, fala.

Diferente de outras seis cidades, Orlando não tem ordem de evacuação no momento. A Disney, que é o destino principal desses turistas, não irá abrir no dia 10. Mesmo com o fechamento, os brasileiros que estão na Flórida ainda terão a oportunidade de visitar o parque que volta a abrir as portas no dia 11 de outubro.

Juliana mora em Orlando há 10 anos e já lidou com a passagem de três furacões. Assim como outros moradores, ela já garantiu itens básicos, como água e comida enlatada. Nessas horas, segundo a especialista no destino, a maior preocupação é a vida.

“Eu moro numa região de muita árvore e tenho certeza que vou ficar sem luz. No meu caso a maior preocupação é casa, a vida, as pessoas que estão de férias vão embora quando acabar”, relata.

O furacão Milton entra na Flórida na madrugada de quinta-feira e deve chegar em Orlando no início da manhã. Alguns brasileiros optaram por deixar as casas para se protegerem, é o caso de Bruno Del Farra, que nesta manhã conversou com o Lado B.

Quem está em cidades fora da rota do furacão não deixa de se preocupar. A campo-grandense Larissa Aluchna, de 37 anos, vive em Jacksonville e está se preparando para ficar sem energia, água e adiantar as refeições já que o fogão é elétrico.

Em comparação às outras cidades, o cenário em Orlando está mais tranquilo, porém a designer gráfica não deixa de se preocupar. “Minha casa não está em área de evacuação que é onde alaga, mas eu sempre temo os ventos e chuvas fortes. Se eu estivesse na rota do furacão não hesitaria em sair, até porque eu tenho dois filhos”, conta.

Em casa com os filhos, que não foram para a aula devido ao fechamento da escola, Larissa segue acompanhando o noticiário. “A cada boletim pode mudar um pouco a situação”, fala.

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