No braço, tattoo incentiva Osmira e homenageia mãe fã Raul Seixas
Mesmo sem gostar de tatuagem, frase “Você será capaz de sacudir o mundo” derreteu o coração de Josiane ao ver carinho da filha
Quando o assunto é Raul Seixas, Osmira Cardoso de Santana e a mãe Josiane Aparecida Pereira Cardoso Santana se unem para ouvir música. Em casa, é só surgir uma oportunidade que elas ligam o som e soltam a voz juntas, cantando sucessos que marcaram época e diferentes gerações.
Osmira tem 21 anos, é do lar e relata que para eternizar esses momentos resolveu tatuar no corpo um trecho da música “Tente outra Vez”. No braço, a frase tatuada é “Você será capaz de sacudir o mundo, Josiane”, para inspirar e homenagear a mãe. “É uma canção que a gente sempre gostou”, explica a filha.
A frase era para ser outra, “Não diga que a canção está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!”. Contudo, na hora bateu um branco em Osmira. “Não consegui lembrar”, diz.
Ah, mas o que vale é a intenção e essa sim surpreendeu a mãe. Aos 52 anos, Josiane declara que não gosta de tatuagens, mas amou a homenagem. “Achei bonita. Na hora gostei, deu até vontade de chorar. Fiquei emocionada, meu nome escrito, mas não gosto de tatuagem”, brinca a mãe.
Elas conversaram com o Lado B e contaram sobre a divertida história que deu origem a homenagem. Quem mais falou foi Osmira, que até topou fazer fotos para mostrar a tatuagem. Já a mãe, preferiu não ser fotografa por conta da timidez.
A tatuagem foi feita há dois anos, após uma conversa enquanto Osmira e Josiane estavam sentadas na varanda da casa onde moram, no Santo Antônio. Num papo descontraído, e após tomar alguns goles de cerveja, a mãe comentou sobre a frase, e logo a filha teve a ideia.
Tempo depois, Osmira decidiu agendar a tatuagem. No dia, ela foi escondida até o centro da cidade, onde tatuou a frase. Depois de pronta, esperou um tempo até voltar para casa.
“No fim da tarde, meus pais foram me buscar o terminal Morenão. Mal entrei no carro e meu pai já comentou sobre a tatuagem. Minha mãe ficou toda alegre, mas disse que não era essa a frase. Foi depois de um tempo que ela me contou que não gostava de tatuagens”, lembra a filha.
Para não dar mais ideia a Osmira, Josiane afirma que até parou de beber. “Não vai fazer mais não. Pode ficar tranquila que agora não bebo mais”, frisa.
No entanto, apesar das brincadeiras, a filha afirma que além da homenagem, a frase também serve de incentivo para recomeçar todos os dias. “É impactante. A música em si já é marcante. Todos que olham admiram pela força da letra e ainda mais com o nome da minha mãe, que é a pessoa que mais admiro e amo”.
Osmira também conta que sua paixão por Raul Seixas surgiu na infância, por conta da mãe. “Aprendi com ela, sempre ouvindo músicas antigas, bandas como Mamonas Assassinas. A gente escuta direto, em qualquer oportunidade que temos”.
A música fortalece ainda mais o amor das duas. “Minha mãe me dá forças para continuar, é minha inspiração para ser uma boa mãe também, pois tenho um filho. Sei que é difícil ser mãe, mas conto sempre com o suporte dela, tudo que preciso está nela”, declara a filha.
Além dessa que fez em homenagem, Osmira tem outras seis espalhadas pelo corpo. “Tatuagens têm um significado pessoal, é um marco da personalidade e demonstra autenticidade, força. É uma forma de quebrar o padrão, pois a sociedade impõe isso, de comportamento perfeito. Contudo, acredito que cada um deve viver do jeito que achar melhor”.
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