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Comportamento

No jardim, Terezinha sobrevive à pandemia ouvindo os pássaros

Por conta do Coronavírus, ela resolveu se isolar em casa e aproveitar a natureza para fazer amizade com as aves

Alana Portela | 12/04/2020 07:55
Terezinha Rockenbach ao lado das flores do jardim. (Foto: Arquivo pessoal)
Terezinha Rockenbach ao lado das flores do jardim. (Foto: Arquivo pessoal)

É no jardim que  Terezinha Rockenbach encontrou o refúgio para se proteger do Coronavírus, em Campo Grande. Aos 71 anos, ela faz parte do grupo de risco e resolveu manter se aproximar da natureza para não cair nas garras da doença e também da ansiedade. O quintal virou refúgio diário para andar entre as plantas e ouvir o canto dos pássaros.

“Todo dia venho ao jardim e fico algumas horas. Ia começar uma reforma para deixá-lo mais bonito, mas por conta da epidemia não deu certo. Aqui tenho várias plantas, até um pé de pitanga que os pássaros adoram. Fico monitorando, principalmente um sabiá que tem a perna menor que a outra”, conta.

Os pássaros pousaram para comer o mamão. (Foto: Arquivo pessoal)
Os pássaros pousaram para comer o mamão. (Foto: Arquivo pessoal)

Terezinha já foi personagem no Lado B em 2016, quando contamos que "antes de partir, seu Jacó plantou orquídeas e despedida foi no jardim florido". Ela havia se mudado do local, porém, voltou recentemente pela segurança e para manter viva as memórias afetivas. “Ele me falou que para onde estava indo, ia fazer um jardim mais bonito e ficaria me esperando. Esse é um patrimônio que me deixou, por isso, também vou deixá-lo bonito. É um local que adoro, pequeno, mas aconchegante”, afirma.

Plantas e flores enchem o quintal de vida e, Terezinha passeia pelo espaço até que senta-se num canto esperando a chegada dos pássaros.

Os beija-flores e sabiás sobrevoam o céu e pousam nas plantas dentro de minutos, diz ela. Aproveitam a calmaria do local para explorar o natureza e “cantar” aos ouvidos da dona do quintal. Ela acredita que elas sabem o quanto é amiga e, por isso, ganham até frutas. “Eles comem e vão embora. O sabiá da perninha me abandonou depois que acabou a pitanga. Faz uns dias que ele não vem aqui”, relata.

O beija-flor tomando água. (Foto: Arquivo pessoal)
O beija-flor tomando água. (Foto: Arquivo pessoal)

No entanto, ela não perde a esperança de encontrar o pássaro em outro momento, e aproveita para relaxar a mente e ler livros enquanto o espera.

Apesar do tempo necessário dentro de casa, ela se diz uma pessoa ativa. “Antes da quarentena, fazia um monte de coisas. Ia para aula de dança aeróbica, hidroginástica, realizava caminhada e até corrida. Tenho que me manter, mas agora estou me sentindo um pouquinho dura”, brinca.

No jardim, Terezinha aproveita para ler. (Foto: Arquivo pessoal)
No jardim, Terezinha aproveita para ler. (Foto: Arquivo pessoal)

A voltinha no jardim faz bem, diz ela, que aproveita para falar das plantas que ama. “As pontas dos coqueiros foram secando, não sei dizer se é por conta do clima ou não. Aqui tem histórias interessantes, plantas que eu e meu marido plantamos. Tenho as orquídeas, essas sempre vão e vem. Espero que nesse ano elas floresçam”, torce.

A solidão pode até bater na porta, mas logo é ignorada com a imagem das flores. É a calmaria da natureza que tem aquecido o coração de Terezinha nos tempos difíceis, de preocupação e cuidados com a saúde.

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