Para fugir do assédio, Kátia fez urso ‘GG’ virar colega de trabalho
O bicho de pelúcia faz sucesso entre os passageiros, ganha beijo das mulheres e tem até gente querendo comprar
A motorista de aplicativo Kátia Arruda, de 46 anos, nunca faz as corridas sozinha. Ao lado dela, no banco de passageiro, Gestor é companhia constante a qualquer horário do dia. Apelidado de GG, o urso de pelúcia faz sucesso entre as crianças e, principalmente, as mulheres.
De camiseta, óculos escuro e usando o boné ‘Bruta não, mal domada’, GG é uma atração à parte. Xodó da motorista, o objeto foi presente de uma das filhas e carrega valor inestimável. Há quase 3 anos, Kátia trouxe o urso para a rotina de trabalho por sugestão da filha.
Ao ser questionada sobre a razão de ter adotado GG como um colega de serviço, ela responde com uma pergunta e faz uma brincadeira sobre a aparência dele. “Se você dirigisse até 4h da manhã, você andaria com o GG?! Ele é gatão”, ri.
Depois da brincadeira, ela revela o verdadeiro motivo. “Foi por causa das brigas, porque todo mundo queria sentar na frente e aí teve a pandemia. O próprio aplicativo te treina a instruir o passageiro a sentar atrás por causa de assédio. Para evitar, é melhor lá e eu aqui”, comenta.
Quando usou a estratégia de colocar o urso no banco para evitar o assédio, Kátia não esperava que GG conquistaria os clientes. Ela relata que nas viagens noturnas o urso recebe até beijo. “Ele faz o maior sucesso. De madrugada, a mulherada canta, beija, tira selfie e posta no Instagram. O GG é solteiro”, diz.
Entre as situações diferentes que o urso já provocou, Kátia lembra a vez que atendeu uma fã de GG. “Um dia peguei uma menina lá no Pioneiros e ela falou: ‘Eu já te vi várias vezes, sempre falei que um dia ia andar com essa Uber’. Ela ficou tão faceira, tirou foto com o urso”, recorda.
O urso causa curiosidade e tem gente que duvida mesmo que Kátia ande com ele. Em certa ocasião, a passageira pediu para a motorista mostrar GG aos amigos. “Já aconteceu de eu levar uma menina para o curso e na hora de voltar era eu de novo. Ela mandou mensagem perguntando se o GG estava vindo, porque a turma não estava acreditando”, fala.
Dependendo da ocasião, Kátia veste o urso de forma diferente, com trajes juninos, natalinos e por aí vai. “Ele já foi Papai Noel, coelhinho da páscoa, cupido no Dia dos Namorados Minhas e já foi MC. Minhas filhas compram roupa e boné pra ele”, conta.
Apesar das situações positivas, ela tirou o urso do carro devido ao comentário de uma pessoa. “Uma mulher da igreja falou que era satanás, me senti mal e tirei ele. Aí minha filha falou: ‘Você vai parar de andar com ele por causa de duas pessoas, sendo que outras 80 amam o urso?!’ Aí voltei com ele”, relata.
Mesmo tendo recebido ofertas para vender o GG, a motorista não abre mão do companheiro. "Já tentaram comprar quatro vezes, ofereceram R$ 600, mas ele não tem preço”, conclui.
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