Perereca mais feliz de MS sobrevive à privada e ‘ganha’ comida na boca
Judite apareceu no banheiro de Camila, em Camisão, e seguiu resistindo até ganhar amizade
Ouvir sobre anfíbios aparecendo em chácaras é algo normal, esperado. Agora, quando uma perereca segue resistindo às descargas da privada e consegue conquistar o coração da família, a história muda. Judite persistiu para ficar dentro de casa ao ponto de começar a ganhar insetos e até “dividir” a rede com Camila, de 10 anos.
Enquanto a servidora pública estadual Carina Giatti Sodré explica sobre a aparição da perereca, as risadas vão aumentando. Vendo as fotos e o vídeo, a situação fica ainda mais fora da realidade, mas tudo é bastante verdadeiro.
Carina explica que Judite apareceu, há cerca de dois meses, no banheiro do quarto de Camila, sua filha caçula, na chácara da família em Camisão. Desde então, não foi mais embora.
Entre o primeiro “encontro” e a aceitação de que a perereca não iria embora foram três semanas de tentativas frustradas em enxotar Judite. “Meu esposo Flavio Ramires tem receio de sapo, mas sempre a Judite retornava”.
Carina e Camila, por sua vez, nunca tiveram medo desses bichos, pelo contrário, não se importavam. Por não saberem se o bicho tinha alguma toxina nociva, apenas tentavam deixar Judite mais longe.
“Normalmente, pegávamos para retirar da casa e devolver na natureza bichinhos menores, mas Judite insistia em retornar, então entendemos que ela se sentia bem e protegida em nossa casa”, descreve.
Mas a história realmente começou a ficar engraçada quando a perereca escolheu Camila para seguir. A menina começou a ter contato com bichos comuns em áreas rurais através de besouros, vaga-lumes e sapos quando era bem pequena, então Judite foi algo natural de ver.
“A Judite não fugia quando Camila chegava perto, ficava na rede balançando junto, dormia tranquila quando colocada na “piscina” que Camila fazia e até mesmo em meus vasos de plantas. Adora passear no ombro da Camila, aceitava os insetos que minha filha oferecia e interagia nas brincadeiras que a criança propunha”, conta Carina.
Antes da família aceitar toda essa interação, houve uma preocupação geral sobre a saúde da perereca e da família. Por isso, foram procurar sobre a espécie e encontraram textos dizendo que ela não era venenosa, além de alertarem sobre o contato frequente dos humanos com o bicho.
“Descobrimos que o óleo do nosso corpo pode ser nocivo para ela, sendo assim conversei com a Camila para manipular o mínimo possível e sempre lavar as mãos antes de pegá-la”.
E, longe de manter o anfíbio preso, Carina explica que sempre há saídas para que Judite queira permanecer na natureza
Sobre a chácara e o contato com a natureza, a servidora comenta que a família sempre teve esse gosto. Tanto que o espaço é do grupo há 30 anos. Hoje, ele ainda é voltado para o lazer, mas a ideia é que seja um lar definitivo.
“Estamos projetando nossa ida definitiva buscando qualidade de vida sem esperar chegar a aposentadoria, afinal esse era o projeto da minha mãe Thelma e meu pai José Eduardo, mas infelizmente ele veio a falecer aos 51 anos e não conseguiu concluir esse projeto”, completa Carina.
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