Plano para 2020 era passar na OAB, mas Mariana acabou na coxinha
Mariana, que queria passar na OAB, teve os planos para 2020 mudados por conta da pandemia, agora vende coxinhas com a mãe
Algo deu muito errado nos pedidos da virada do ano. Tem que mandar o cara que recebe esses pedidos passar no RH urgente, porque não é possível que ele tenha encaminhado tudo certinho.
Saímos de um 2019 com vários momentos difíceis, tragédias como a de Brumadinho e dos meninos do Ninho do Urubu, perdas como a do jornalista Ricardo Boechat, mortes por enchentes no Rio de Janeiro, mas nada se compara à dimensão do estrago feito pelo coronavírus.
Num tem um ser-humaninho nessa terra que não teve seus planos modificados pela pandemia, uns menos outros mais, tudo bem, mas com certeza não incluía um vírus que paralisaria o mundo.
Mariana Toffoli Pinheiro, de 26 anos, por exemplo, entrou em 2020 com a certeza de que se tornaria advogada, provavelmente vai passar para 2021 vendendo deliciosas coxinhas com massa de batata. E está tudo certo.
Mariana é formada em Direito desde 2017. Em 2018 engravidou e em seguida se dedicou aos primeiros anos da filhota, por isso não conseguiu tirar a carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), necessária para exercer a profissão.
Fim do ano passado ela decidiu que em 2020 iria retomar os estudos para fazer o exame da Ordem no segundo semestre. “Eu até consegui começar a estudar no comecinho do ano, estava num ritmo bom, mas aí veio a pandemia e as datas para as próximas provas da OAB foram adiadas. Estava dividindo meu tempo entre cuidar da minha filha”.
2020 meio que materializou e jogou na nossa cara a famosa frase “nada é tão ruim que não possa piorar”. O marido de Mariana, Renan de Almeida, que também é advogado, decidiu pedir demissão do escritório onde trabalhava pouco antes de estourar a pandemia.
“Ele não estava satisfeito no escritório que trabalhava então saiu, na sequencia já veio a crise e ninguém mais está contratando, né. Sorte é que ele tinha uma poupança.
Pra ter uma renda nesses tempos sombrios, Mariana resolveu se “apropriar” da receita de coxinha da mãe, a dona Maria Aparecida Toffoli, de 62 anos, e começar a vender. A produção é feita toda na casa dela com a ajuda mãe.
“Tivemos que nos reinventar. Tenho uma filha pequena que é alérgica e toma um leite caro (risos), então tive a ideia de junto com a minha mãe vender coxinhas e complementar a renda. A coxinha da minha mãe já era conhecida entre amigos, mas fazíamos pra gente mesmo e pra conhecidos, não pra vender”.
Enquanto ela e mãe fazem as coxinhas que, por sinal, está vendendo muito bem obrigado, Renan se dedica aos estudos para passar em concursos.
É legal como Mariana leva toda a situação com leveza. Ela já não faz mais tantos planos assim para o futuro, só sabe que vai vender muita coxinha em 2020, o ano em que a advocacia virou uma massa frita com recheio de carne moída.
Dá pra fazer pedido pelo insta Coxinha da Má ou pelo Facebook.
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