Projeto nacional Leia Mulheres chega à Capital com primeiro encontro em julho
O grupo de leitura que discute apenas livros escritos por mulheres finalmente chega a Campo Grande
Em Dourados, as mulheres já vinham se movimentando para conseguir o aval da curadoria nacional do grupo de leitura Leia Mulheres e, por isso, a iniciativa já existe por lá. Em Campo Grande, finalmente esse inovador projeto de literatura chegou e o primeiro encontro acontece no dia 7 de julho, na livraria Le Parole.
A coordenadora regional é a jornalista Evelise Couto, que passou por uma série de entrevistas desde abril com a curadoria nacional para que fosse possível realizar o Leia Mulheres por aqui. "A ideia é que aconteçam eventos mensais, em locais a serem decididos pelos participantes do grupo", diz.
A história do Leia Mulheres começou em 2014, quando a escritora Joanna Walsh propôs o projeto #readwomen2014 (#leiamulheres2014) que consistia basicamente em ler mais escritoras. O mercado editorial ainda é muito restrito e as mulheres não possuem tanta visibilidade, por isso a importância desse projeto.
Em 2015, Juliana Gomes convidou as amigas Juliana Leuenroth e Michelle Henriques para transformarem a ideia de Joanna Walsh em algo presencial em livrarias e espaços culturais na cidade de São Paulo. Um convite a leitura de obras escritas por mulheres, de clássicas a contemporâneas.
Vale lembrar que, infelizmente, apesar de o número de leitoras ser maior do que o de leitores (59% das pessoas que leem frequentemente no Brasil são mulheres), no campo da produção literária essa realidade ainda é oposta. Um exemplo simples é a Academia Brasileira de Letras que conta com 40 membros, dentre eles apenas 5 mulheres.
O primeiro livro para ser debatido foi escolhido por Evelise. "Sejamos todos Feministas", de Chimamanda Ngozi Adichie. A obra selecionada porque, de acordo com a jornalista, "é uma leitura leve e breve, boa para dar o pontapé inicial nesse projeto".
Mas a ideia é "que em conjunto a gente decida os próximos livros a serem lidos", e a única exigência é que quem tenha escrito seja uma mulher. "Homens podem participar das dicussões sem problema algum", completa.
Os livros não são disponibilizados gratuitamente. Cada leitor precisa correr atrás da obra, seja fisica ou em formato de e-book. Essa escolha tem a ver com a proposta do grupo, afinal, se você quer valorizar o trabalho de uma escritora, nada melhor do que comprar seu livro!
Para saber mais acesse o link do grupo no Facebook.