Psicóloga recebe 40 mensagens por dia com pedidos de ajuda
Jandira oferece ajuda psicológica pelo WhatsApp de graça, em horário específico, para questões relacionadas à crise do coronavírus
“Eu tô enlouquecendo, fico em casa sozinha. Sou casada, mas ele vai trabalhar. Não vejo TV há muito tempo, socorro”, diz uma mulher no comentário da postagem de Jandira Ferreira Batistoti, psicóloga especializada em psicologia clínica.
A postagem foi feita no último dia 29 de abril na Central de Informações sobre o coronavírus do Facebook. Jandira oferece ajuda psicológica por meio do WhatsApp de graça, em horário específico, voltado para questões relacionadas à crise do coronavírus.
O atendimento online a distância feito por profissionais da psicologia é uma possibilidade prevista e, atualmente, até recomendada pelo Conselho Federal de Psicologia. Em seu site, o Conselho disponibiliza toda uma seção de informações sobre a atuação da classe no período de pandemia.
No caso de Jandira, a vontade de ajudar nasce junto de uma corrente de solidariedade que surgiu nos últimos meses por conta dos reflexos negativos da Covid-19.
Mesmo trabalhando o dia inteiro, ela reserva parte da noite para responder pessoas que estão tendo dificuldade de lidar com todas essas mudanças forçadas, e são muitas.
“Eu não estou vencendo responder todo mundo, mesmo eu tendo estipulado um tempo para terminar os atendimento as vezes eu fico até tarde da noite respondendo”, diz Jandira.
Nesses poucos dias atendendo, a média de pessoas que entram em contato com Jandira é de 40 pessoas por dia. “Tem de tudo, gente que está infectada, gente que perdeu parentes, gente que está de quarentena”.
Sem poder dar detalhes dos casos por uma questão de ética profissional, até porque muitos não se identificam, ela conta por cima alguns dramas muito próprios dessa crise.
“Tem empresário que está tendo que fechar as portas, não tem como pagar funcionários e pode até passar fome, a questão financeira e os efeitos dela, no geral, percebo que está uma questão muito forte na cabeça das pessoas”.
O luto é algo que muita gente está sentindo nesse momento também. “A dor de perder parentes, de ter entes queridos isolados ou internados em situações críticas é muito grande”.
Apesar de entender a gravidade do momento, como sua própria iniciativa pôde mostrar, Jandira se diz surpresa com a demanda. “Olha, eu não pensei que fosse lotar tanto, à noite eu me fecho numa salinha e fico só respondendo. É bastante coisa, o pessoal está bastante desesperado”.
Sobre a reposta dos atendimentos, ela diz que já tem tido resultado. “Muita gente já mandou mensagem que está melhor, me agradecendo dizendo que pelo menos tem um norte, sem tanto pânico e desespero”.
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