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Comportamento

Renata tinha 24h de vida, resistiu e há 17 anos irmã canta para agradecer

Renata sobreviveu quando foi desenganada e irmã fez promessa de cantar para o resto da vida

Thailla Torres | 12/02/2022 09:16
Raquel e Renata são inseparáveis e superaram juntas momentos muito difíceis. (Foto: Arquivo Pessoal)
Raquel e Renata são inseparáveis e superaram juntas momentos muito difíceis. (Foto: Arquivo Pessoal)

A voz marcante da campo-grandense Raquel Veiga, que hoje encanta nos palcos, é a mesma que em 2005 esteve em suas orações, em um corredor de hospital, quando se ajoelhou, olhou para cima e pediu com fé pela vida de sua irmã Renata Freire Veiga da Silva, após ouvir que foi desenganada e teria aproximadamente “24 horas de vida”.

Com diferentes diagnósticos, Renata sobreviveu e hoje conta ao lado da irmã, a história de superação que faz qualquer um encher os olhos de lágrimas, isso porque nem as duas conseguem contar a emoção ao narrar detalhes dessa jornada, que teve muita dor, mas também uma promessa que fez Raquel ir mais longe do que imaginava.

“Eu prometi que se minha irmã sobrevivesse, eu voltaria a cantar para o resto da minha vida”, lembra Raquel, que amanhã, terá sua estreia no famoso programa Got Talent e vai surpreender quem a assistir, mas daqui a pouco falamos mais desse detalhe.

As irmãs contaram ao Lado B como tudo aconteceu e como vale a pena ter esperança até o último minuto, mesmo que o mundo tente te fazer desistir.

Raquel e Renata crianças, sempre juntas e sorridentes. (Foto: Arquivo Pessoal)
Raquel e Renata crianças, sempre juntas e sorridentes. (Foto: Arquivo Pessoal)

Era dezembro de 2005, quando Renata deu entrada em hospital de Campo Grande com fortes dores. O primeiro diagnóstico foi problema muscular. “Ela passou por médicos, mas não tinham certeza de nada. Fez várias sessões de fisioterapia sem um diagnóstico preciso. Não apresentava melhoras, passou por vários especialistas que não conseguiam identificar de onde estava vindo tanta dor e a febre era persistente”, lembra Raquel.

Depois, foi constatado que “poderia ser hérnia de disco”. Chegaram a marcar cirurgia que não ocorreu e Renata obteve alta médica sem nenhuma explicação exata. “Os sintomas persistiam”, lembra.

O terceiro diagnóstico foi pneumonia. “A partir daqui, a situação ficou insustentável. Os médicos insistiam em sessões de fisioterapia, o que parecia agravar ainda mais a situação. Por fim, foi encaminhada ao especialista, pneumologista cirurgião toráxico, que atendia na Santa Casa, quando foi descoberto tumor no mediastino (entre os 2 pulmões). Neste momento, dezenas de pessoas já oravam por ela”, descreve Raquel.

Entretanto, os diagnósticos que vieram depois foram para Raquel e Renata os mais assustadores. “Ela foi enviada para realizar um exame que seria crucial para descobrir o que realmente estaria se passando em seu organismo. E neste momento, os médicos já me alertaram para um possível falecimento".

Foi quando teve que passar a verdadeira notícia aos pais que já viviam em Portugal. “Minha mãe embarcou no primeiro voo para o Brasil e quando chegou, foi recepcionada com a notícia de que a Renata só teria 24h de vida no máximo, pois estava com uma trombose grave na jugular e na subclávia, ou seja, o sangue estava impedido de circular. Escutamos ainda que estava com um derrame na pleura pulmonar, além da pneumonia, um possível cancro mediastinal, hepatoesplenomegalia (aumento do baço e do fígado) e inflamação das glândulas da tireoide”.

O diagnóstico assustador parecia tentar arrancar as forças de Raquel e a mãe, mas mesmo deitada na cama sem saber se sobreviveria, Renata não deixou que isso acontecesse. “Eu perguntei para a médica se eu ia morrer, mas eu pensava que ia vencer. Fui para o centro cirúrgico, mas todos dias, eu escutava louvores, enquanto imaginava que estava numa prisão”, lembra Renata.

Renata com sua família, hoje ela é mãe de duas meninas lindas.
Renata com sua família, hoje ela é mãe de duas meninas lindas.

Sua história ficou conhecida no hospital, pessoas queriam conhecer a Renata sobrevivente, que depois da cirurgia, foi constatado que não havia o tumor.

“O oncologista disse que o nódulo era grande e tinha que tirar o mais rápido possível para realizar a biópsia. Na cirurgia, fizeram a retirada de alguns pequenos nódulos, mas o grande havia desaparecido, não foi encontrado”, diz Raquel.

No entanto, ela precisou ficar 100% imobilizada para que o coágulo não andasse. “Os médicos disseram que haveria um grande risco de ir para os pulmões e ela morrer com uma embolia pulmonar. E o que todos temiam aconteceu. Ela estava com a embolia pulmonar e só um milagre poderia salvá-la. Foi então que no meu desespero total, dobrei os meus joelhos ali mesmo no hall de entrada e clamei muito alto a Deus. Fiz um voto que se ela sobrevivesse, eu iria cantar para todo sempre”.

Renata sobreviveu e voltou para casa depois de um mês hospitalizada diante de um diagnóstico final de que tudo havia sido causado por uma doença autoimune, o Lúpus Herimatoso Sistêmico.

Com esse diagnóstico, Renata também ouviu que era arriscado ser mãe, o que já era seu maior sonho, no entanto, ela não desistiu. “Tive minha primeira filha há 11 anos. Foi uma gravidez de risco, tomei injeções na barriga durante toda gestação, tive hemorragia após o parto, só segurei minha filha no colo 25 dias depois do nascimento”.

Anos mais tarde, Renata teve a segunda filha, a gravidez também foi de risco, mas a menina veio ao mundo em paz e a mãe não passou sufocos após o parto.

“Eu sabia que ia sobreviver e estamos aqui abençoadas e felizes. Mas eu me emociono toda vez que lembro de todo esse período difícil. Minha irmã Raquel é algo inexplicável, sobrenatural na minha vida, uma força sem explicação, ela além de irmã, é minha amiga, conselheira, minha rocha, minha vida, meu amor. Só o olhar dela quando ela canta me faz chorar”, diz Renata.

Raquel é cantora e candidata no programa Got Talent. (Foto: Marcel Compan)
Raquel é cantora e candidata no programa Got Talent. (Foto: Marcel Compan)

Raquel cumpriu sua promessa e foi surpreendida

Depois da alta médica da irmã Raquel nunca mais parou de cantar. A música entrou na sua vida muito cedo, em Campo Grande, na Igreja Batista. Antes de chegar à adolescência, as pessoas se espantavam com a “potência” que existia em sua voz. Assim, se tornou cantora gospel.

Hoje, é pastora de todo o ministério ligado às artes igreja: canto, dança e teatro. Quando se mudou para Portugal há 14 anos, foi trabalhar em uma multinacional no ramo da joalheria, mas paralelamente continuou se dedicando à música.

Foi quando no final do ano de 2021 um produtor do programa “Got Talent”, uma espécie de The Voice, a procurou através do Instagram e fez o convite para participar como candidata.

Sua primeira exibição será neste domingo (13) e a ansiedade do público campo-grandense é saber qual dos jurados virou a cadeira para ela, se todos viraram ou se ela voltou para casa sem chances.

Embora o programa já esteja gravado, ela não pode revelar o resultado, mas conta com o público para assistir e participar dessa aventura junto com ela. Caso Raquel passe nessa primeira apresentação, em breve, ela poderá contar com a votação do público para avançar no programa.

Sua apresentação será exibida em uma emissora portuguesa. Mas todos os detalhes e o resultado será compartilhado nas redes sociais de Raquel, basta segui-la e acompanhá-la no Instagram @raquelveigaoficial.

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