Sargento coloca flores até em cone para alegrar o dia de servidores
Acreditando no poder de gestos simples, ele chama a atenção pela simpatia com todos que chegam ao local
Em três dias diferentes da semana, visitantes e funcionários da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) são recebidos com flores assim que cruzam o estacionamento. Colocadas em cones de sinalização, os arranjos são a forma como Luiz Carlos Santos Messias, 54 anos, encontrou para alegrar as pessoas.
Sargento aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, ele trabalha há dois anos na instituição como agente de segurança. Para o corumbaense, que esbanja simpatia e bom humor, o gesto simples é capaz de mudar o dia de alguém.
Ele comenta sobre a ‘dinâmica do bom dia’ e o motivo de ter feito dela uma rotina no serviço. “Não dá tempo da pessoa parar e dar um bom dia. Não tem como ela vir e me cumprimentar. Quando ela entra no recinto, vê as flores lá, ela abaixa o vidro e cumprimenta”, fala.
O ato é marca registrada do agente de segurança, por isso, todos sabem quais são os dias em que Luiz está na guarita. “Quando elas não veem as flores, elas falam: ‘Olha, ele não tá vindo mais’. Mas, o pessoal já decorou a minha escala”, conta orgulhoso. Os ramos de primavera são colocados no primeiro cone pontualmente às 5h30. “É o momento em que estão chegando os funcionários para começar o dia”, justifica.
As flores são apanhadas na primavera que está plantada próxima a entrada principal da Alems. Ao Lado B, Luiz mostrou o pequeno trajeto que faz nos dias de plantão. "Essa é a árvore mãe", declara ao ver a primavera.
Enquanto mostrava as flores, Luiz explica que atitudes simples são capazes de "romper a armadura" do outro e incentivar outras pessoas a praticarem o bem. "O pessoal vê um policial militar fardado e armando colocando uma flor e falam: E eu? Será que eu não posso fazer algo mais?' Então, as pessoas começam a refletir nesse sentido", relata.
Durante 31 anos, o sargento dedicou a vida à Polícia Militar do Estado. Desse tempo, 26 deles foram no BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), sendo que ao decorrer de 15 anos ele também dividiu as obrigações do batalhão com as do Colégio Militar de Campo Grande.
Apesar de ter prestado o concurso, pois precisava ter uma ocupação, Luiz se apaixonou pela profissão. A experiência e o tempo de serviço o ensinaram diversas lições. Uma delas, o sargento faz questão de compartilhar. "Você pode ser policial militar, mas também tem que continuar sendo um cidadão. Você não pode entrar numa armadura, sendo que é um ser humano", destaca.
Após curtir dois anos de aposentadoria em casa, ele foi convidado para trabalhar como agente de segurança. De imediato, Luiz topou a proposta. "É difícil ficar parado. A gente se sente inútil", expõe. Satisfeito com a nova função, Luiz revela o que mais gosta no trabalho. "Você trabalhando no sentido rua, viatura, você tá só direcionado a ocorrência. Aqui como é um serviço mais administrativo, você tem como falar diretamente com as pessoas e ter esse contato", diz.
Além do emprego, outras paixões da vida de Luiz são o grupo de escoteiros Zilda Arns, a comunidade católica Boa Nova e os passeios que faz de bicicleta. Longe de deixar a guarita para sempre, o sargento aposentado brinca sobre o tempo que seguirá trabalhando. "Se continuarem me agradando e eu me sentir bem não tem porque parar", conclui com um sorriso.
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