Se a vida está difícil para você, imagina para Lindda que já teve 13 nomes?

Registrada em 1995 com 13 nomes, a extensão da assinatura de Lindda ultrapassa a da Princesa Isabel, que tinha 10 e só perde para Dom Pedro II, que possuía 15 designações. Parece brincadeira, mas são oito nomes e cinco sobrenomes, sendo o último incluso após o casamento. O que era para ser um presente de sua mãe que escolheu cada um deles com muito carinho virou transtorno com o passar dos anos, já que nenhum documento oficial de identificação tem espaço suficiente para receber todas as palavras.

Nascida em Ilha Solteira (SP), Lindda Blue Junia Sharon Mell Melina Marla Cindy Ferreira de Oliveira Batista de Souza Duarte chegou a Campo Grande aos 9 anos. Até hoje, o único questionamento da jovem é de como o cartório deixou isso acontecer. “Na época que nasci eles autorizaram. Como na hora não questionaram o por quê? Não ia precisa passar por isso agora”, revela.

Hoje aos 24 anos, Lindda mora no Bairro Maria Aparecida Pedrossian é casada e mãe de uma menina de 2 anos. A decisão de reduzir o nome foi tomada em 2018.

“Eu nunca sofri bullying na escola. Os problemas iniciaram quando eu comecei a fazer meus documentos. Aos 18 anos, eu queria retirar parte do nome, mas minha mãe não deixou na época, porque ela gosta e não queria que eu tirasse. Por pensar muito nela eu nunca mexi. Mas ano retrasado eu coloquei na balança, como tudo sempre é uma dor de cabeça, e fui direto à Defensoria Pública”, conta.

Os advogados da Defensoria Pública receberam a história e viram o quanto a extensão do nome causava problemas e abriram uma ação de retificação em 6 de dezembro de 2018.

“A primeira coisa foi escolher como meu nome ficaria e eu optei por Lindda Cindy Oliveira Souza. O Cindy foi escolhido, especialmente, porque minha irmã mais velha também tem. Minha irmã caçula também se chama Linda. Depois dessa troca é que eu poderei atualizar a certidão de casamento e incluir o Duarte do meu marido. Aí ficará um nome e quatro sobrenomes”, explica Lindda.

De onde veio a escolha? O Lado B até tentou falar com a mãe da Lindda, mas ela preferiu não dar entrevista. O fato é que mesmo depois de tantos anos, a genitora ficou triste pela escolha da filha.

Lindda conta que quando sua mãe estava grávida quando uma das tias morava em Portugal. Foi ela quem espalhou para a família do Brasil que estava na moda colocar vários nomes nos filhos. “A primeira a cair foi outra tia, que colocou 11 nomes do meu primo. Ele reduziu assim que completou 18 anos, para Bruno Oliveira”, conta Lindda.

O processo durou cinco meses e Lindda já está com o nome reduzido. A defensora Kátia Maria Souza Cardoso explicou ao Lado B que o juiz expediu mandado de retificação de registro de nascimento com os nomes por ela escolhidos ao cartório e a alteração foi realizada ainda em maio de 2019. “O nome já foi alterado, o problema é que a Lindda não voltou mais à Defensoria. Já está resolvido”, afirma Kátia.

A título de conhecimento a princesa se chamava Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança. Já Dom Pedro II assinava Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

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Matéria editada às 12h30, de 15 de janeiro de 2019, para inclusão de posicionamento da Defensoria Pública.