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Comportamento

Se o mundo de hoje acabar, para quem você escreveria uma carta?

Pensar em como será a rotina das pessoas após a pandemia ajuda a valorizar os momentos mais simples

Danielle Errobidarte | 15/04/2020 07:58
Liberdade é uma das coisas que fazem falta nessa quarentena. (Foto: Paulo Francis)
Liberdade é uma das coisas que fazem falta nessa quarentena. (Foto: Paulo Francis)

Numa previsão apocalíptica, pensar como seria o fim do mundo nos faz lembrar de pessoas especiais que estão e passaram por nossas vidas. Se você tivesse que escrever uma carta para contar à alguém sobre como foi esse período de quarentena, o que escolheria e quem seria o destinatário?

O Lado B foi às ruas da Capital para questionar o que as pessoas fariam se tivessem papel e caneta na mão e pudessem mandar uma mensagem, à moda antiga mesmo, através de cartas.

A auxiliar de serviços gerais Jéssica Nascimento, de 40 anos, escreveria para a filha.

Na carta, o apelo é para que ela aprenda a “valorizar as coisas simples, principalmente a liberdade, os amigos e aproveitar os momentos juntos”.

Jéssica também sente falta dos abraços, incluindo o que não pôde dar na amiga Mônica de Souza, 28, apesar dela estar sentada ao seu lado, desde que chegou de viagem.

Mônica e Júnior ensinariam, em carta, que devemos ter uma reserva de dinheiro para momentos difíceis. (Foto: Paulo Francis)
Mônica e Júnior ensinariam, em carta, que devemos ter uma reserva de dinheiro para momentos difíceis. (Foto: Paulo Francis)

Sorridente, Mônica ironiza o fato de ter ficado desempregada após a loja onde trabalha demitir alguns dos funcionários. Com uma lição importante, se pudesse, teria juntado dinheiro.

“Acho que direcionaria a carta à todos da minha família, mas o ensinamento que vale para muitos é guardar dinheiro. E também tomar tereré com os amigos, já que agora só pode tomar sozinho”, brinca.

O marido de Mônica, Júnior Souza, 30, também está desempregado. Com tanta coisa acontecendo, é difícil para ele escolher uma reflexão só, mas aponta a economia com uma das maiores dificuldades que serão enfrentadas após a doença passar. “Também escolheria a minha família para carta. Acho que o pior serão as consequências disso na vida das pessoas. Muitos vão ficar desempregados e vai demorar um tempo para nos recuperarmos”, afirma.

Bruna escreveria para a avó dizendo que "tudo vai passar logo, logo". (Foto: Paulo Francis)
Bruna escreveria para a avó dizendo que "tudo vai passar logo, logo". (Foto: Paulo Francis)

Bruna Vitória Lopes, de 19 anos, escreveria como forma de conforto para a avó, já pensando no futuro. Depois que terminar o isolamento, ela acredita que muitas lições serão aprendidas.

“Acho que todo mundo vai aprender a ter mais união. As pessoas vão começar a valorizar os momentos juntos e até escolher quem serão as companhias. Tem gente que sai pra festa ao invés de ficar com a família, talvez prefiram diferente”, prevê.

Ironicamente, ela trabalha em uma loja de revelação de fotos no Centro, que eterniza lembranças em papéis, assim como as cartas. Após precisar mudar a rotina de cuidados com a avó dentro de casa, ela aproveita o tempo para refletir. “Acho que vai ter mais união entre as famílias e até, quem sabe, comecem a enxergar os bons atendimentos nas lojas, tem tanta gente que destrata”.

"Vó, você é tudo para mim. Mesmo que tudo anda mal, iremos vencer isso logo, logo! Pode acreditar, Deus é maior. Te amo."

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