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Comportamento

Sem sair casa, Ana se diverte e aprende com desafios de escoteiros

Aos 9 anos, ela é uma das “lobinhas” que faz parte da alcateia e está sempre alerta para encarar jogos e até fazer lanche

Alana Portela | 07/06/2020 07:23


Nem mesmo o isolamento provocado pela pandemia do coronavírus fez Ana Luiza perder o foco. Isso porque, aos 9 anos a “lobinha” integra a alcateia do Grupo Escoteiros Messiânicos de Mato Grosso do Sul e se diverte com os desafios que recebe dos “chefes”, em Campo Grande. Com essa pequena, tudo é aprendizado e até dentro de casa ela está sempre alerta.

“Acho divertido, no começo [do isolamento] pensei que não ia ter a mesma animação, mas a gente consegue se divertir. É como se tivesse com outro, mas em frente a uma tela”, diz Ana Luiza.

Ana Luiza tirando foto ao lado do lanche saudável que preparou para mostrar ao grupo de escoteiros. (Foto: Arquivo pessoal)
Ana Luiza tirando foto ao lado do lanche saudável que preparou para mostrar ao grupo de escoteiros. (Foto: Arquivo pessoal)

Há cerca de dois anos, ela virou uma “lobinha” e costumava se encontrar com o grupo de escoteiros aos sábados, para realizar atividades ao ar livre. Com a equipe, se aventurava na natureza e além de aprender, realizava ações em prol do meio ambiente.

A turma é consciente, e desde março, resolveu se isolar para evitar a propagação do coronavírus, na Capital. No entanto, os escoteiros não param e, sem sair de casa, Ana Luiza se esforça para fazer as atividades que recebe on-line.

Os desafios são gravados e enviados para os chefes, mostrando que o exercício foi cumprido com sucesso. São várias tarefas diferentes e a pequena já fez até o próprio lanche saudável.

“Tem atividade de música e a gente ensina também a cantar, dançar. Gosto de ajudar. Estou sentindo falta de estar junto com o grupo porque conseguíamos conversar com as pessoas”, declara a “lobinha”.

Apesar da saudade, Ana Luiza não desanima e ainda conta com o apoio da mãe, a psicóloga Alessandra Maciel Gonçalves, de 39 anos. Ela é uma das chefes do grupo de escoteiros, atua na liderança na matilha dos lobinhos e fala do desenvolvimento da filha.

Em casa, Ana Luiza fez até pé de lata para cumprir as atividades durante o isolamento. (Foto: Arquivo pessoal)
Em casa, Ana Luiza fez até pé de lata para cumprir as atividades durante o isolamento. (Foto: Arquivo pessoal)

“Agora, ela interage com as outras crianças com mais facilidade, está sempre pensando no que pode fazer para contribuir com o outro. No ano passado, de presente de aniversário, fez uma campanha do agasalho para ajudar quem estava precisando. Assim, todos ganhariam presentes e ficariam felizes”, lembra.

Alessandra relata que resolveu colocar a filha no grupo para que pudesse realizar atividades saudáveis, dentro de um ideal sustentável e em respeito ao meio ambiente. Conheceu a equipe através do presidente dos escoteiros no Estado, Jefferson Silva de Pádua Melo.

Alessandra defende que o grupo mexe com a imaginação dos integrantes. “Estimula a criatividade. Nessa semana, o chefe Rafael propôs jogos antigos de papel, como jogo da velha, jogo dos pontinhos. Depois disso, continuamos a brincadeira em casa porque surgiram outras. O desafio é como se fosse um start e a criança passa a pensar em mais atividades para fazer”.

Rafael Furlaneto Bernardinis é o chefe que envia exercícios para os lobinhos. “A gente trabalha interação, dinâmicas, brincadeiras. São atividades para o desenvolvimento próprio e do coletivo”, explica.

“São passadas tarefas durante a semana, eles fazem e nos enviam. Temos realizado reuniões através da plataforma digital. É uma mudança de hábito grande, pois quando tínhamos o contato direto era mais fácil de trabalhar”, recorda Rafael.

Ana Luiza e a mãe, Alessandra Maciel Gonçalves, realizando uma atividade proposta pelo grupo. (Foto: Arquivo pessoal)
Ana Luiza e a mãe, Alessandra Maciel Gonçalves, realizando uma atividade proposta pelo grupo. (Foto: Arquivo pessoal)

Nesse primeiro semestre, os lobinhos estão trabalhando questões relacionadas a sustentabilidade. “Presencialmente, chegamos a fazer campanha para recolher tampinhas e repassar ao projeto MS Tampinhas. É um trabalho de conscientização, para também não usar copos descartáveis, sacolinhas”.

Essas tarefas têm contribuído até mesmo para aliviar a tensão do isolamento. “Fizemos até um show de talentos, para eles reconhecerem seus talentos, explicando o que seria um talento. Chegaram a enviar vídeos cantando, cozinhando e transmitimos as imagens durante o show on-line. Foi um momento de diversão e descontração importante”.

Após enviar o desafio, os lobinhos têm uma semana para desenvolver as atividades. “Tentamos deixar de maneira mais lúdica. Teve até jogos de tabuleiro usando folha de papel”.

Antes do isolamento, o grupo de lobinhos vestiu avental e colocou touca de chef para realizar o desafio dos escoteiros. (Foto: Arquivo pessoal)
Antes do isolamento, o grupo de lobinhos vestiu avental e colocou touca de chef para realizar o desafio dos escoteiros. (Foto: Arquivo pessoal)

Escoteiros – O presidente do grupo no Estado, Jefferson Silva de Pádua Melo é escotista desde 1996 e explica sobre o trabalho dos escoteiros. “O movimento existe há mais de 100 anos e é realizado dentro de um programa educativo, que visa o desenvolvimento dos jovens, de acordo com a idade deles”.

O projeto desempenha um papel fundamental na educação e tem o objetivo de inserir os escoteiros no mundo. Os grupos são divididos por faixa etária, aqueles que tem entre 6,5 a 10 anos de idade são os lobinhos e os aprendizados costumam se basear na história de Mogli – O Menino Lobo.

Dos 11 aos 14 são considerados escoteiros e escoteiras. Dos 15 aos 17, os meninos são seniors e as meninas guias. Dos 18 aos 21, são considerados pioneiros e após os 21, a pessoa pode atuar como voluntária, sendo escotista e auxiliando os grupos com atividades ou se tornando uma dirigente, cuidando da parte administrativa.

“Nossa proposta é fazer o jovem se tornar responsável pelo próprio desenvolvimento. Ele vai conhecer seus limites através dos desafios, que são educacionais”, explica Jefferson.

“No Estado, temos 25 grupos de escoteiros. Tem aqui em Campo Grande, Três Lagoas, Nova Alvorada, Bonito e outras cidades. No ano passado, tivemos mais de mil pessoas registradas”, relata ele.

Na Capital, os escoteiros costumavam se encontrar nos fundos do Rádio Clube Campo, aos fins de semana. “Lá existia um lago, que está assoreado hoje. Os escoteiros atravessam esse local, e por lá fazem as atividades, nós, montam barracas, sobem na corda, preparam comida mateira, e outras tarefas”, diz Tatiana Evangelista de Pádua Melo, que é diretora administrativa do grupo Escoteiros Messiânicos de MS.

Quero ser escoteiro - Os interessados em participar podem procurar um grupo mais próximo da região onde mora e se cadastrar. É preciso comprar apenas o uniforme de escoteiro para vestir quando for realizar as atividades, porém, não tem necessidade de se preocupar com mensalidade. Os pais podem entrar com os filhos.

Para mais informações sobre o grupo e como participar, acesse o site dos escoteiros por este link ou a página do Facebook.

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