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Comportamento

Sonho interrompido? Para Karla, pandemia é fonte de incertezas

Jornalista abandonou profissão e abriu loja dois dias antes de comércio fechar devido à covid-19

Lucia Morel | 11/04/2020 07:35
Movimento na loja tem sido baixo e empresária tenta fortalecer vendas online. (Foto: Arquivo Pessoal)
Movimento na loja tem sido baixo e empresária tenta fortalecer vendas online. (Foto: Arquivo Pessoal)

Sonho interrompido ou apenas adiado? Essa é a pergunta que não cala na cabeça da jornalista e empresária Karla Machado Rodrigues, de 28 anos. Na semana em que a Prefeitura de Campo Grande decretou o fechamento do comércio devido a pandemia do novo coronavírus, ela “largou tudo” para empreender.

“Vinha desde o ano passado estudando o mercado, locais para instalar loja, até que nesse mês tudo estava dando certo e decidi pedir demissão do meu emprego e me dedicar somente à loja”, conta.

Com economias juntadas durante os anos em que atuou como jornalista, Karla deu entrada na compra de uma loja de roupas infantis e femininas no Jardim dos Estados.

“Eu já tinha acompanhado o movimento, estudado o fluxo de caixa, comprado tudo e veio o decreto da pandemia. Trabalhei dois dias e tive que fechar”, lamenta, dizendo que nesta semana reabriu, mas que as vendas estão fracas.

Na rua Manoel Inácio de Souza, a loja Conforto Natural Kids, segundo ela, contava com o movimento de duas escolas grandes bem próximas e dos pais que levavam e buscavam os filhos nesses locais.

“Com a pandemia está tudo parado. As escolas estão paradas e até os aniversários não estão tendo mais, porque os buffets também estão sem atender”, relata, lembrando que muitos clientes também comprariam sua mercadoria para dar de presente.

Ela avalia que, em condições normais, reaveria o dinheiro investido na compra da loja em até dois anos, mas agora, não sabe como será. “Não sei se bem o que fazer. Estou esperando passar esse mês para ver, porque não sei como vai ser mês que vem, se tudo vai reabrir”.

Aos 28 anos, Karla afirma que ainda é nova caso precise recomeçar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 28 anos, Karla afirma que ainda é nova caso precise recomeçar. (Foto: Arquivo Pessoal)

Independente disso, ela afirma que tenta enxergar o lado positivo para tentar passar por esse momento. “Se eu precisar, ainda sou nova pra recomeçar”, avalia.

Além disso, ela se apoia nas possibilidades, já que “se eu tiver que abrir a loja em um local menor, é uma possibilidade, ou então tentar vender toda essa mercadoria de outra forma”, diz.

Karla conta ainda que sempre teve o sonho de empreender, de ter seu próprio negócio e por isso, quando tudo parecia pronto, decidiu pedir demissão do emprego. Usou o valor de sua rescisão para pagar o restante da loja e agora, conta apenas com esse negócio para seguir em frente.

Ela tem usado as redes sociais para divulgar a loja e criar vendas, e que “uma coisa ou outra sai”, mas sabe que nem perto, as vendas estão como poderiam ser em épocas normais.

“Será que meu sonho não vai se realizar? Será q vou conseguir passar pela crise? Será que vai valer a pena? Ou vou ter que fechar e perder tudo que investi?”, se questiona,

Mas apesar do medo e da indecisão, ela se sustenta na ideia de poder recomeçar se precisar, sem abaixar a cabeça e sabendo ser forte para isso. “Como já estava tudo negociado, desde a compra da loja até minha demissão, não tive como voltar atrás, mas se precisar começar tudo de novo, voltar pro Jornalismo, eu começo”, revela.

Mas o sonho de empreender continua vivo e mesmo que a vida dê alguns passinhos para trás, ela afirma que tenta novamente. “Estudo tudo de novo e recomeço”, afirma.

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