Tito fotografou tudo do bairro que, em 40 anos, virou símbolo da cidade
É um dos fundadores das Moreninhas, que chegou na década de 80 e não a troca por nenhum outro lugar
Nas Moreninhas, logo próximo do terminal, em uma casinha amarela, as palavras escritas em vermelho “Foto” e “Tito” sinalizam que ali funciona o estúdio de Seu Tito, fotógrafo.
É um dos primeiros moradores do bairro e por causa da profissão, já registrou vários momentos históricos da região. Mas o arquivo está espalhado por toda a parte, inclusive, das próprias Moreninhas. “Se duvidar, eu tenho foto até debaixo da cama”, se diverte.
Tito é o apelido de Miguel Angel Silva, de 81 anos. Natural de Montevidéu, no Uruguai, Seu Tito chegou ao Brasil por volta dos 20 anos de idade, mas até hoje, não perdeu o sotaque. “Eu viajei por muitos lugares aqui no Brasil por causa da profissão”, comenta.
Na década de 80, chegou em Campo Grande e morou em alguns outros bairros antes das Moreninhas. Se declara orgulhosamente fundador das Moreninhas. “Pode perguntar por aí, todo mundo me conhece e eu conheço muitas pessoas. Gosto das pessoas, gosto de conversar”, detalha.
Ao ser questionado se gosta de morar ali, exclama em voz alta: “Eu amo as Moreninhas, adoro, acho o bairro mais perfeito do mundo! Aqui tem de tudo, tem banco, tem comércio, tem restaurante, não precisa sair das Moreninhas para nada!”
Relata sobre ter visto o bairro se desenvolver desde o começo. “Aqui, nem asfalto tinha quando eu cheguei. Aquele campinho ali não tinha grama, era barro. E eu fotografei de tudo, principalmente, as pessoas. Festas, formaturas, batizados. Até de morto deitado no caixão já me pediram pra tirar foto. Tirava foto e depois ia na casa da pessoa e entregava para ela”, relembra.
Ainda guarda alguns equipamentos antigos, mas só fotografa mesmo com uma câmera semiautomática. Ainda tira fotos 3x4 e, sob demanda, até eventos. “São 40 anos de Moreninhas. Imagina as milhares de fotos que eu não tirei. Veio o celular e as pessoas pararam de usar câmeras. Mas mesmo assim, imagina o tanto que não deve existir?”, expressa.
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