Transplante de rim incentivou seu Ari a cultivar hortas em terrenos baldios
Seu Ari aproveita terrenos baldios e sujos do bairro onde mora, no Residencial Flores, para plantar e cultivar hortas orgânicas
O que você que está lendo pretende fazer quando se aposentar? Eu sei, para alguns é uma coisa muito distante, mas já parou pra pensar nisso? No que vai ser sua vida depois que o trabalho não consumir mais grande parte do seu dia.
Seu Ari Viera Guimarães, 66 anos, mestre de obras aposentado, fez da aposentadoria a possibilidade de um novo trabalho, de uma nova forma de ver a vida e vivê-la. Porém, não é um trabalho qualquer. Ele aproveita terrenos baldios e sujos do bairro onde mora, no Residencial Flores, para plantar e cultivar hortas orgânicas.
“Tem muitos terrenos baldios aqui na região, terrenos sujos que só acumula mato, entulho e bicho, então eu pensei que poderia aproveitar para afazer algo de bom à comunidade”, explica seu Ari.
Faz mais ou menos um ano que ele começou com essa iniciativa. Tomou coragem depois de praticamente renascer. Isso porque seu Ari sofreu nove anos fazendo hemodiálise três vezes por semana por conta de um problema renal sério. Em 2019, depois de quase ter perdido as esperanças, conseguiu fazer o transplante, que trouxe de volta uma vida relativamente normal.
“Eu quase morri duas vezes nesse processo. Não tinha qualidade de vida nenhuma, meus dias eram presos à cadeira de hemodiálise, por isso, mesmo aposentado, não tinha muito ânimo”.
Assim que se recuperou da cirurgia, mesmo sem muita experiência, decidiu fazer uma horta hidropônica ao lado de sua casa, em um terreno próprio. A horta não deu muito certo, foi quando então decidiu pedir ajuda de um colega que está com ele até hoje e que entende muito desse tipo de cultivo.
“Nunca que passava pela minha cabeça fazer o que estou fazendo aqui. Sempre mexi com obras, com construção, não sabia nem por onde começar”.
Mas um outro terreno, em frente de sua casa e que era maior, lhe chamava atenção. “O terreno do meu vizinho da frente parecia um lixão. Eu entrei em contato com ele então, nós fizemos um acordo, eu limpei tudo e comecei a plantar ali também”.
Uma vizinha chamada Angela está muito feliz com a iniciativa de Seu Ari. “O que mais me chama à atenção, não é nem a horta em si, é ideia que ele teve de fazer a horta em terrenos baldios que em outros tempos viviam cheios de mato e lixo que as pessoas jogavam. Ou seja, ele usa os terrenos pra fazer sua horta e, com isso, acabou com os mosquitos e com os insetos aqui de perto, acabou com o mini lixão e transformou nossa rua em lugar melhor, onde nós aqui da vizinhança, podemos comprar verduras e pimentas fresquinhas”.
Agora já são três terrenos na rua que seu Ari cultiva cheiro-verde, alface, rúcula, almeirão e uma grande variedade de pimenta que sua esposa, dona Nalva, faz belos vidros em conserva.
“No começo eu não sabia se ia gostar, como que ia dar conta. Agora já não vivo mais sem isso, amo esse cheiro molhado, esse clima fresco”, diz Ari, que fica das 7h da manhã às 18h, todos os dias trabalhando em suas hortas.
Confira mais fotos das hortas na galeria abaixo:
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