Única herança deixada por Ivete, mesa furtada levou junto alegria dos filhos
Era em volta da mesa que Ivete reunia amigos,filhos e parentes, mas foi furtada no dia 13 e família oferece até recompensa pelo móvel
Em algumas famílias, objetos se tornam relíquias. Aqui em Campo Grande, uma mesa de madeira de 120 quilos, com 3 metros de comprimento e 80 cm de largura, feita de Ipê, acompanha os Marques desde 1997. Foram tantas emoções vividas ao redor dela, almoços de domingo, reuniões, datas comemorativas e festas de aniversário que a peça ganhou valor sentimental enorme para a família, mas foi furtada na madrugada do dia 13 no Jardim Morenão.
Laerte Marques da Silva, de 29 anos, é o filho mais velho de Ivete de Carvalho Marques, proprietária da mesa, que faleceu há oito anos, e postou em uma rede social a foto com o anúncio até de recompensa para quem tiver informações sobre o paradeiro.
As lembranças da família reunida em volta da mesa ainda estão quentes na memória do filho mais velho. “Quero a mesa de volta, não vou comprar outra, nossa intenção não é prejudicar ninguém, apenas gostaria que a pessoa que furtou devolvesse”, alerta.
Quando Ivete ainda morava no interior de Mato Grosso do Sul, em uma fazendo na cidade de Bandeirantes, cultivava um pé de Ipê, árvore que virou a mesa e quatro bancos. Foi uma espécie de negócio entre Ivete e o marceneiro que aceitou produzir o móvel. “Foi uma troca, ele fez a mesa e dois bancos pra minha mãe e ficou com o restante do material”, comenta Laerte.
Logo depois, Ivete foi morar em Ribas do Rio Pardo, com os 2 filhos pequenos e o marido. Era café da manhã, almoço e jantar na mesa. Isso fez com que a imagem da família reunida ficasse marcada na memória de Laerte e de sua irmã mais nova, Adriele.
Adriele hoje com 19 anos lembra com carinho dos momentos vividos ao lado dos pais e do irmão na mesa de família. “O valor sentimental é muito grande, pois cresci em uma família que sempre manteve a união e todas as refeições eram feitas nessa mesa, meu pai nunca nos deixou comer no quarto ou na sala, por exemplo,” explica.
Na memória, os domingos de Páscoa e Natais eram os dias mais felizes, a mesa ficava recheada de guloseimas preparadas com muito carinho pela mãe. “Meus pais faleceram e a única coisa que restava era a nossa mesa que por muito tempo nos reuniu e agora se foi”.
A família oferece R$ 120,00 para quem souber da relíquia. “Ofereci recompensa, porque não estamos sendo mesquinhos, as pessoas podem pensar que é só uma mesa, mas para minha irmão e eu ela há apenas um significado, união de nossa família”, finaliza.