"Velho normal" deixou Valley na lembrança dos "orfãos" da boate
Boate era point do melhor sertanejão desde 2012; depois de tentar, fechou as portas na pandemia e público ficou "órfão"
"Deus me livre, mas quem me dera". A frase do sertanejão da dupla Israel e Rodolffo é a perfeita definição da Valley Pub para seu saudoso público.
Quem nunca passou pela avenida Afonso Pena à noite e dava aquela desacelerada maliciosa no carro só pra conferir a fila? Interminável, inclusive. E o que falar da terça em dobro? Só no esquecimento, porque de dobro era a ressaca no outro dia. Fora a ajudinha do tal ar-condicionado. Chegava princesa, saía mendiga. Assim era o #sextou semanal de terças, quartas, quintas e domingos na Pub.
Só a "seringa" de jägermeister conservava a enfermeira Mariana Pereira no decorrer da noitada. Desde a inauguração da casa, em 2012, ela permaneceu fiel ao arrocha.
"No meu último ano de faculdade, eu praticamente estava lá toda terça. Era sagrado. Mesmo que no outro dia tinha que acordar cedo, fazer prova e tudo mais", admite. "Sagrado também era a ressaca, monstruosa", brinca. Culpa do ar ou do chope em dobro? Nunca iremos saber.
Segundo Mari, a Pub era o local ideal para qualquer comemoração, para relaxar de boa, esquecer dos problemas, paquerar, conhecer gente nova e se divertir – e muito.
"Lá encontrava tudo que eu queria numa boa noitada. Gente bonita, ambiente aconchegante, bebidas geladas, muito modão de viola, só os melhores sertanejos. Turma animada, real. Com certeza, era a melhor casa de sertanejo de Campo Grande. Vai deixar saudade".
Já o novato Matheus Santos, de 23 anos, não se considerava "sócio" da Pub pelas poucas vezes que foi à balada, mas não esquece o gosto que tinha pela seleção musical de lá.
"Fui poucas vezes, mas sempre curtia lá. As duplas de sertanejo, nossa, era muito bom ouvir as músicas tocadas ao vivo. Não tinha o que reclamar. Se eu tivesse que recomendar a alguém, eu super recomendaria ir na Pub". Infelizmente, hoje não dá mais.
Casório – Famosa e envolta por polêmicas como era, a Valley Pub não podia deixar de ser até tema de casamento. O casal Mônica e Gerson selaram os votos há três anos e curtiram um festão ao melhor estilo Pub. "Foi uma loucura que valeu cada centavo gasto. Foi caro, mas muito satisfatório", comentaram na época.
Os dois se conheceram em 2013 na casa noturna, em uma história que o Lado B teve o prazer de contar, e desde então permanecem sendo o "mozão" um do outro. Resultado? Neste ano, com pandemia e tudo, tiveram Pedro, que recentemente completou 1 mês de vida. Por aqui, Valley também significa amor de verdade.
Vai voltar? – Com o decreto municipal que liberou a volta gradual da noitada na Capital, por enquanto sem madrugadão e com limite de público, ficou a dúvida se a rede Valley retornaria com as atividades do arrocha. A resposta categórica veio do dono ao Lado B.
"Seguirá fechada. Não entendo pra que impor um limite de horário sendo que o vírus não tem hora de se pegar", reclamou o sócio proprietário Sérgio Longo Filho.
Deus me livre se voltasse, mas quem nos dera. Saudades, né minha filha?
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