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Comportamento

Como é ser o dono do ipê "mais bonito do mundo"?

Ângela Kempfer | 12/09/2012 09:19
O ipê é ponto turístico no Carandá Bosque. (Fotos: Rodrigo Pazinato).
O ipê é ponto turístico no Carandá Bosque. (Fotos: Rodrigo Pazinato).
O aposentado Valdir Barbieri não gosta de fotos, mas abriu uma exceção.
O aposentado Valdir Barbieri não gosta de fotos, mas abriu uma exceção.

De longe, o que salta na paisagem do bairro Carandá Bosque é o ipê amarelo “mais bonito do mundo”. O título vem da rua, de gente que para o carro para tirar fotos e registrar a beleza que dura apenas uma semana. “Nunca vi tão lindo assim”, diz Ieda Soares, com a câmera na mão.

É realmente merecedor de elogios, tanto que já foi eleito o mais bonito da cidade, em concurso da Prefeitura. A dona de todo aquele amarelo é a natureza, mas o ipê só vive ainda hoje pela decisão de Valdir Barbieri. Há 21 anos, ele comprou o terreno quando só a árvore e outras cinco casas existiam no lugar.

A família começou a construir a casa em mês de folhas secas, mesmo assim fez o projeto já contando com o ipê no quintal. “Nunca pensei em cortar a árvore. Quando veio a primeira florada, foi uma surpresa. Esse ipê tem mais de cem anos”, lembra.

Hoje, a casa é o ponto turístico do bairro nesta época do ano. “Tem sempre gente tirando foto, mas entrevista nunca dei não. É a primeira vez”, diz o contador aposentado.

Flores no quintal, um privilégio uma vez ao ano.
Flores no quintal, um privilégio uma vez ao ano.

Do escritório, onde ainda atende quatro clientes fieis, a vista é privilegiada. “Meu passatempo é ficar aqui, olhando”, conta Valdir, que há 12 anos perdeu a esposa e hoje tem como maior inspiração o ipê.

Lá de longe, nos altos da avenida Afonso Pena, os netos que moram em um condomínio fechado também vão acompanhando a evolução das flores, tamanho é o colorido. “Eles conseguem ver de lá e correm para cá quando fica florido”, conta o avô.

Até a sujeira durante o outono já rendeu boas descobertas ao aposentado. Quando o primeiro vizinho apareceu, a reclamação foi sobre as folhas na piscina, mas depois, o que ficou foi a amizade.

“Ele me procurou, dizendo que a gente tinha de encontrar uma solução. Pensou até em instalar uma grade enorme, mas desistiu. Depois, nunca mais reclamou de nada. Descobri que ele é uma pessoa muito boa, gente fina mesmo.”

Do outro lado do muro, a herança foi passada para o terreno vizinho, que também pertencia a Valdir. As sementes caíram e outro ipê cresceu, amarelo. “Eu digo que vendi o ipê e a compradora levou o terreno de brinde”, brinca o dono da árvore mais bonita do mundo.

Você conhece algum ipê tão bonito assim? Mande fotos e conte a história dele. O material deve ser enviado para o email ladob@news.com.br

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