Aos 7 anos, Morgana já vende canetas e chaveiros para comprar piano
1ª feira de Empreendedorismo Infantil, em Campo Grande, reuniu a meninada criativa
Aos 7 anos, uma felicidade que a gente nem se dá conta surge quando Morgana mostra suas canetas. As mãozinhas e até mesmo o tamanho não são capazes de diminuir a importância do seu trabalho. Ainda menininha, ela é uma das crianças que já sonha alto e acredita que empreendendo pode alcançar muito.
Numa visita à 1ª feira de Empreendedorismo Infantil, em Campo Grande, era impossível não passar pela mesinha de Morgana Rodrigues Crelis, que sabe como ninguém explicar o próprio produto. “Essa caneta decorada com nome é importante para você não confundir com outras canetas”, repetia a quem perguntasse sobre o objeto.
Ela foi uma das 20 expositoras de 3 a 12 anos que comercializou produtos feitos por ela. O objetivo da feira é aprender é brincando, mais do que isso, para Morgana esse foi um momento único para alcançar um sonho. “Quero ter um piano”, diz a pequena que guardava o dinheiro na caixinha pensando no instrumento que já sabe tocar.
Além de canetas, crianças participaram do evento vendendo pulseiras, slimes, pipoca, chaveiros de lego, acessórios de cabelo, filtro dos sonhos e caixinhas personalizadas.
Realizado por Sabrina Mestieri Nakao, jornalista e idealizadora do projeto Crianças e Finanças, a feira nasceu com intuito de reunir pais e filhos para aprender sobre empreendedorismo de forma divertida. “Estamos mostrando aos pequenos sobre valores e conquistas. O evento hoje faz parte da educação que busca trazer uma consciência sobre o consumo, sobre matéria prima e incentivo ao empreendedorismo”, destaca.
Para participar foi levado em conta a vontade das crianças. “Eles têm que querer e o projeto deve ser divertido. Porque a educação não é algo que se faz de um dia para noite”.
Sabrina pensou em todos detalhes depois de ser patrocinadora em um encontro de Slime. “Lá meus filhos levaram pulseirinhas, participaram de trocas, brincaram e se divertiram muito. Ao perceber a importância que isso teve para eles, decidi fazer um evento e reunir todos os pequenos empreendedores”.
Arthur Morales, de 8 anos, também estava radiante por ter vendido seu Stress Ball até para o prefeito. O brinquedo maleável feito com bexiga e todo customizado custava R$ 5,00 e ele preparou 30 unidades para vendas.
Ao lado, a irmã Letícia Morales, de 10 anos, explicava detalhadamente o slime comestível que tem feito a cabeça da criançada. “É a base de marshmallow, iogurte e amido de milho”, explica a receita do brinquedo que aprendeu fazer na internet.
Cleiton Rodolfo, de 8 anos, está na fila dos que já pensam no futuro. “Quero comprar um carro”, diz sobre o dinheiro arrecadado na feira com a venda de filtro dos sonhos, que ele fez com ajuda da mãe.
Tiaras, turbantes e elásticos de cabelo são os produtos feitos por Eloah Agnelli, de 13 anos, que voltou nos anos 80 com modelitos coloridos de Scrunchies. “Elas são xuxinhas que fizeram muito sucesso no passado e estão de volta”, explica a adolescente.
Aos pais, a iniciativa é uma oportunidade de fazer algo diferente com os filhos e ensinar o valor de empreender. “Isso pode despertar o talento deles e é muito importante que a gente saiba reconhecer o talento de um filho. É normal que os pais façam planos para eles no futuro, mas acho fantástico perceber o que realmente deixam eles felizes”, explica a empresária Simone Bulhões, de 48 anos.