Brechó de luxo investe em leilões de grifes como Louboutin e Prada
Espaço promete vender só peças que eram "caríssimas" e originais, que saíram do guarda-roupa de gente rica
No Bairro Chácara Cachoeira, há 10 meses um brechó apareceu com roupas e acessórios de grife para chamar atenção. O lugar tem atraído pessoas que resolvem se desfazer de suas peças caríssimas. A vantagem é poder comprar tudo de marca por um preço mais acessível, ou pelo menos, pela metade do preço original.
As roupas são resultado do desapego da empresária Lara Alves que, segundo a gerente Beatriz Loureiro, sempre sonhou em ter um brechó de qualidade em Campo Grande. "Ela tinha esse espaço físico que funcionava como reforço escolar quando começou o brechó pequenininho, nos fundos, com peças dela. Depois, ele foi tomando proporções maiores, passou a receber roupas das clientes e agora ela está só com o brechó", explica a gerente.
Para atender o criterioso público da loja, as peças precisam ser selecionadas e a qualidade impecável, diz a gerente. Por isso, boa parte dos produtos nunca foram usados, há roupas e acessórios com etiquetas. "Muita gente nem usou e há histórias engraçadas, de cliente que acaba se desfazendo do sapato de grife que ganhou do ex-marido, por exemplo".
Há opções para todos os estilos. Etiquetas de bolsas Prada, Louis Vuitton e Michael Kors se misturam com marcas de preços mais amigáveis como Animale e Schutz. Um bolsa Prada marrom sai por R$ 1.428,00 e uma Louis Vuitton por R$ 3,5 mil. "Esse valor é mais caro porque é uma edição limitada da grife", justifica a gerente.
Na busca por preços mais em conta, as prateleiras exibem bolsa Michael Kors por R$ 1,2 mil, Schutz por R$ 600,00 e Animale por R$ 123,00.
Os preços são mais elevados, comparados a outros brechós da cidade, porque são as clientes que escolhem o quanto querem ganhar em cada na peça. Para ter o maior número de produtos na loja, o espaço "Oliver Desapego" trabalha com a consignação, que funciona da seguinte forma: é preciso deixar no mínimo 20 peças na loja.
Depois de uma avaliação das peças, o brechó decide com o que vai ficar e permanece com o produto por 90 dias. Metade do valor acertado para venda fica na loja e outra metade vai para a fornecedora. "No final desses 90 dias, devolvemos o que não foi vendido e fazemos o acerto", explica Beatriz.
Além das bolsas, há poucos modelos de sapatos à venda. O mais caro é um Louboutin no tamanho 38 por R$ 1,5 mil. "Essa peça nunca foi usada e a cliente pagou cerca de R$ 4 mil".
O número pequeno de sapatos no estoque é resultado da dificuldade em conseguir peças. "Muitas vezes o sapato já está usado e ele perde muito valor. Então vamos vender apenas estes que já estão na loja, depois só haverão roupas e acessórios, sem sapatos".
Nas araras, as roupas aparecem em preços mais acessíveis. Calças jeans da Colcci, Calvin Klein, Bobstore e Levis, por exemplo, estão de R$ 80,00 a R$ 100,00. Modelos da Diesel e Seven For estão por R$ 150,00 a R$ 190,00. Os números também não passam do 42.
A coleção de vestidos e blusas tem preços variados. Um vestido Amissima M está por R$ 200,00 e outro modelo Iorane está por R$ 225,00. Uma camisa da Animale sai por R$ 100,00 e uma blusa de alça da mesma marca por R$ 120,00.
O brechó também incluiu peças menos sofisticadas em uma das araras com blusas básicas, shorts, saias e vestidos a R$ 30,00.
Outro detalhe é que além da venda de peças, o espaço trabalha com leilões. A peça é leiloada no Instagram durante três dias, quem der o lance máximo leva o produto. "E o lance tem que ser de no mínimo R$ 10,00 para superar o valor de quem deu o lance anterior".
Quem quiser conhecer o espaço, o brechó fica na Rua Jeribá, 898, Chácara Cachoeira e só abre ao meio dia.