Centenária, fazenda abriga vazante de família que desbravou Nhecolândia
A 270 quilômetros de Campo Grande, a fazenda centenária abre a porteira para visitantes no Pantanal da Nhecolândia. O que tem de belo cenário, a Pouso Alto também tem de história. Em Corumbá, os 6,8 mil hectares abrigam a vazante que desagua no Rio Negro e que é testemunha do amor ao Pantanal ao longo das três gerações.
De Paulino Luiz de Barros a Nildo José de Barros, hoje a fazenda chega ao netos que carregam o mesmo sobrenome e se apresenta como Pousada Mangabal. "Era do meu avô, passou para o meu pai e hoje está com a minha mãe , comigo e meu irmão", conta o empresário Fernando Lima de Barros, de 54 anos.
No final da década de 90, a família resolveu aproveitar as casas de funcionários que estavam paradas para transformar o local em pousada. "Resolvi unir o gosto que já tenho pela fazenda e abrir a pousada", narra Fernando.
Com quatro apartamentos, Mangabal funcionou até meados de 2012 e depois suspendeu as atividades com a morte de Nildo, em 2013. No ano passado, reformas e melhorias passaram a ser feitas para que Mangabal voltasse a receber visitantes, o que só foi se concretizar neste ano.
As belezas pantaneiras já começam no trajeto. Para chegar à fazenda, o acesso é pela estrada que entra pela cidade de Rio Negro, 60 quilômetros depois do Leilão do Corixão.
A família dona da propriedade compõe o quadro de primeiros colonizadores da região. "Meu avô veio com o fundador da fazenda Firme, seu Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco", explica Fernando.
O objetivo de se instalarem na divisa ao Norte com o Rio Taquari, ao Sul com o Rio Negro e a leste com a Serra de Maracaju foi a busca por novas terras para criação de gado. "E assim foram surgindo as fazendas de quem montava a sua a três, quatro léguas da sede", completa o empresário.
Centenária, onde hoje é pousada, Fernando já brincou muito quando menino. "Morei aqui antes de entrar na idade e escolar e mesmo indo para a cidade, eu e meu irmão sempre vínhamos em todas as férias. Sempre tivemos bastante ligação com a vida na fazenda", descreve.
O que pode ser encontrado lá além da paisagem? Jacaré, capivara, anta, quati, onça parda, jaguatirica e fora toda observação de aves. "Temos uma grande variedade de pássaros e paisagens, campos limpos e áreas fechadas com brejos, além da vazante de Mangabal", eumera o herdeiro.
O curso de água, em épocas de cheias pantaneiras, chega a ser bem fundo e corre em direção ao Rio Negro. "Essa região de vazante que concentra mais os bichos pela umidade", indica Fernando.
Entre os serviços oferecidos aos turistas, a Mangabal tem cavalgada em parceira com outras fazendas superior a 10 dias.
As fotografias do lugar vem do próprio Fernando, fotógrafo por paixão, que desde os 17 anos nutre a paixão pelas lentes e pelo que ela é capaz de registrar. "Depois dos 30 que eu fui tomar conhecimento do ecoturismo ligado à fotografia de natureza e aí fui me interando mais e vi que dava para aliar", pontua.
Tendo feito cursos na capital paulista, Fernando se voltou a registrar o que lhe sempre foi inspiração: o Pantanal. "Fui me interessando e o Pantanal pra mim é tudo. É meu estudo, eu vou me desenvolvendo por ali, junto com a pousada e os fotógrafos que a visitam", diz. E claro que a fotografia não podia faltar. A pousada também oferece caminhada e o safari noturno, mas é bom reservar, porque a estrutura comporta até 16 turistas por vez.
"O que a fazenda é para mim? Meu lugar de trabalho, onde eu gosto e me sinto bem. É meu canto, minha casa", define Fernando. Informações sobre diárias e hospedagem podem ser tiradas pelo Facebook.