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Consumo

Com ajuda dos expositores na venda, grupo tenta vingar feira no Cabreúva

Ontem ocorreu a feira do Ceguinho na praça do Cabreúva e nem mesmo a chuva atrapalhou os feirantes de mostrar o que sabem fazer

Alana Portela | 15/12/2019 08:16
Na feira quem mais compram os produtos são os próprios feirantes que visitam a barraca dos colegas. (Foto: Marcos Maluf)
Na feira quem mais compram os produtos são os próprios feirantes que visitam a barraca dos colegas. (Foto: Marcos Maluf)

Parceria entre feirantes ajuda na hora de vender produtos em feiras de Campo Grande. Nas exposições, os vendedores se tornam amigos, viram clientes e até fazem propaganda indicando a barraca para os fregueses encontrarem o produto certo. “O evento é oportunidade de conhecer colegas porque são quem mais compram e colaboram nas vendas”, diz Ciara Braga, 53 anos.

Ela participou da “Feira do Ceguinho” que ocorreu ontem na praça Vergnaud Arnaldo de Alencar, localizada no Cabreúva. Foram 37 barracas entre comidas, roupas, acessórios e até pinturas e nem a chuva impediu que os feirantes conseguissem trabalhar. O evento foi uma homenagem ao cego que dá nome à praça.

Ciara sempre foi autônoma, aprendeu a costurar com 18 anos e fez muita roupa, lacinho pet e agora investe nos lacinhos de princesas. “Comecei a fazer os laços por conta da minha netinha que gosta e toda vez pede um diferente. São trabalhos manuais, delicados que dão trabalho para confeccionar. Expor em espaço aberto é melhor maneira de divulgar o produto”, afirma.

Zenilda Rocha e a neta Queli Calisto de Oliveira mostram as bolsinhas que confeccionam em casa (Foto: Marcos Maluf)
Zenilda Rocha e a neta Queli Calisto de Oliveira mostram as bolsinhas que confeccionam em casa (Foto: Marcos Maluf)
Viviane Aline Silva mostrando os bolos de pote que levou para vender na feira (Foto: Marcos Maluf)
Viviane Aline Silva mostrando os bolos de pote que levou para vender na feira (Foto: Marcos Maluf)
Teve mesa com exposição de lacinhos para infantis com vários opções de cores (Foto: Marcos Maluf)
Teve mesa com exposição de lacinhos para infantis com vários opções de cores (Foto: Marcos Maluf)

Queli Calisto de Oliveira e a avó Zenilda Rocha também participaram e levaram nécessaire, bolsas e estojos para vender. As duas são sócias e sempre estão unidas para falar dos negócios e costurar. “Faço isso por hobby, pois tenho um emprego fixo, mas quis ter renda extra. É agradável fazer algo que nos faça se sentir bem”, conta a neta.

Quando podem participam de feiras para mostrar os trabalhos. “Já teve vezes de não vender nada, mas faço a divulgação, entrego cartão e depois a pessoa entra em contato para pedir. Mês passado, todos os clientes que compraram estavam trabalhando na feira, um indica para outro e vão comprando”, comenta Queli.

Há um ano vendendo bolo de pote, Viviane Aline Silva resolveu entrar nas feiras de exposições para também divulgar seus produtos. “Sou babá, mas quis ter renda extra para dar um up em casa e acredito que ocupar espaço público é uma oportunidade de sermos conhecidos e ajudar um ao outro na divulgação”.

Foi a primeira edição da “Feira do Ceguinho”, realizado em homenagem ao nordestino cego que ergueu diversos prédios na Capital. O evento foi organizado pela neta do homenageado, Carol de Alencar, que busca conseguir uma placa para instalar no espaço público.

“Meu avô foi um empreendedor e a praça recebeu o nome dele, mas não tem placa de identificação. Queremos instalar uma e ajudar as mulheres empreendedoras a venderem seus produtos”, diz Carol.

Teve barraca expondo roupas e colegas feirantes conferindo as novidades (Foto: Marcos Maluf)
Teve barraca expondo roupas e colegas feirantes conferindo as novidades (Foto: Marcos Maluf)

A neta fala sobre o potencial de empreender do avô. “Foi um grande empreendedor, construiu vários prédios”, comenta. Vergnaud Arnaldo nasceu em Exu, no Estado de Pernambuco e trouxe para as bandas de cá o sobrenome da família de Luís Gonzaga, o Rei do Baião.

Foi o primeiro construtor cego de Campo Grande, que ergueu paredes e garantia a maestria do trabalho com as mãos. Usava o tato e o instinto de sobrevivência nordestino para dar vida a sua fixação por grandezas, de fazer casas e edifícios com andares. Ficou famoso pelo prédio “Balança mas não cai”, na antiga Y'Juca Pirama, atual Cândido Mariano, que tem mais de 55 anos de construção. Foi dono de loja móveis e eletrodomésticos, na Avenida Calógeras, nas proximidades da estação ferroviária de Campo Grande.

Agora, todo segundo sábado do mês a praça vai receber feirantes para venderes seus produtos enquanto se divertem conhecendo novos amigos. Quem passar pelo local pode parar para conferir porque sempre tem novidades e a simpatia dos empreendedores garantem um atendimento descontraído.

O evento de ontem ainda contou com música e cama elástica para a criançada pular à vontade. Teve barraca vendendo sobá, bolos, roupas, acessórios, açaí e espetinho.

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A feira ocorreu na praça Vergnaud Arnaldo de Alencar, no bairro Cabreúva, e teve até cama elástica para criançada (Foto: Marcos Maluf)
A feira ocorreu na praça Vergnaud Arnaldo de Alencar, no bairro Cabreúva, e teve até cama elástica para criançada (Foto: Marcos Maluf)
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