Feira de produtos feitos à mão agora é tradição nos altos da Afonso Pena
De bonecas até réplica de moto famosa feita em pneu, feira acontece todo 1º domingo do mês e mostra trabalho de artesãos locais.
Já tradicional no primeiro domingo de cada mês, a feira “Mãos que Criam” nos altos da Avenida Afonso Pena é parada obrigatória para quem gosta de trabalhos manuais. Por lá, é possível encontrar desde bolsas e carteiras, de crochê ou de couro, até bonecas de pano, brinquedos esculpidos em madeira, roupas para os animaizinhos de estimação, e claro, muita comida. Tudo feito à mão por pequenos artesãos que trabalham em família.
A primeira das 35 tendas à esquerda encontramos Dalva e Gabriel Wilson, o casal participa também da feira na Praça Bolívia, cada um com a própria produção, ela usando linhas e agulhas e ele esculpindo a madeira. Passar por ali é uma viagem no tempo, com brinquedos feitos à mão, “Doce Pietra”, a boneca de pano tem sapatinho exclusivo e até vestidinho com saia rendada que leva cerca de um metro e meio de tecido para chegar ao volume necessário. Articulada, ela pode ser enfeite para o quarto do bebê ou um brinquedo exclusivo para mães que tentam incentivar as brincadeiras à moda antiga. Cada bebê de tecido custa R$ 160 reais e leva cerca de 15 dias até ficar pronto, já que por um problema de visão, as mãos de Dalva já não trabalham tão rápido quanto antigamente.
Seguindo a mesma linha, os carrinhos e aviões na tenda de Gabriel foram feitos pelo filho, que não pode ficar na feira por causa das aulas na universidade na parte da noite. No domingo, o senhor de cabelos brancos conta que raramente pega os instrumentos de carpintaria, mesmo depois de uma vida trabalhando com isso, naquele dia ele está presente apenas para vender o trabalho do filho, que ele mesmo ensinou a fazer.
Também feitos por Dalva, para enfrentar o frio, cachecóis e acessórios de tricô, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 35.
“Nossa expectativa é que essa feira ainda fique muito boa, está devagar agora no começo, mas acho que é porque as pessoas ainda não conhecem. Quando aumentar o movimento por aqui, vai ajudar muita gente que depende do artesanato para viver”, conta Dalva.
Artesã há 9 anos, Matilde Zanetti de 65 anos, mostra os produtos no estando à frente: caixas em MDF feitas por ela. Cada uma revestidas com os mais diversos materiais com compartimentos para jóias custa R$ 80 e as menores, entre R$ 45 e R$ 60.
Luzia Campos, de trabalha com pedrarias e miçangas há 12 anos, para ela a venda dos colares e acessórios produzidos é a única fonte de renda. Além da feira nos altos da Avenida Afonso Pena, ela também frequenta a Praça Bolívia, dependendo do movimento nesses locais para vender o trabalho, que de acordo com ela, leva em média dois dias para ser concluído. São peças à partir de R$ 10, até R$ 45, para um colar mais elaborado e que além do material, também precisa de uma semana inteira de dedicação da artesã.
Participando da primeira da feira, Iracema Ferreira, de 55 anos, montou a tenda acompanhada pelo marido Claudinei Leão, de 54 anos, que é funcionário público, mas está sempre apoiando o trabalho da esposa de quem é companheiro há 23 anos. Desde peças de crochê até roupinhas para manter o bichinho de estimação aquecido no inverno, tudo feito à mão e com preços acessíveis à partir de R$ 10 até R$ 40. Iracema faz crochê desde a infância, mas o amor por cachorros fez com que ela aprendesse modelos para os animaizinhos, além das roupas, para as próximas feiras ela promete berços para e bolsas para carregar os cãezinhos com mais segurança.
Lucimara Mendes e Alcinei Di Paula são casados há 30 anos, para eles a feira também é uma oportunidade de investir no negócio da família, bancos, cadeiras, casinhas de cachorro e enfeites de jardim e até uma moto, “réplica bem humorada da Harley-Davidson, a Hala Beiço” feita de pneus que o casal encontra na rua. “Nós temos a Chácara Manancial no município de Terenos, vimos que precisávamos enfeitar a chácara e decidimos fazer isso usando pneus. Quando vínhamos na cidade, vimos vários pneus jogados e decidimos dar um destino à eles”, explica.
Na praça de alimentação, delícias que vão desde a salteña por R$ 5. Cachorro quente simples, por R$ 5 e até self-service à partir de R$ 8. Para quem prefere lanche, o x-calabresa, x-bacon e x-salada duplo sai por R$ 10. Pão artesanal custa R$ 10 sem recheio, enquanto o com recheio sai por R$ 15. Para a sobremesa, maçã do amor por R$ 5.
A feira “Mãos que criam” acontece todo primeiro domingo do mês na Cidade do Natal, nos altos da Avenida Afonso Pena.
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.
Confira a galeria de imagens: