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Consumo

Há 31 anos na Vila Margarida, padaria cria Pão Solidário para famílias carentes

Projeto sempre existiu no espaço, mas agora ganhou uma cesta na entrada do estabelecimento

Danielle Valentim | 16/07/2019 07:45
Cesta agora fica na entrada da padaria. (Foto: Paulo Francis)
Cesta agora fica na entrada da padaria. (Foto: Paulo Francis)

 “É possível acabar com a fome das outras pessoas, basta querer”. Com essa frase, o Lado B iniciou uma conversa com o proprietário da Padaria Santista, Ademir José Fantinato, de 56 anos, que acaba de lançar o projeto “Pão Solidário”, criado para famílias carentes do bairro.

Há três décadas no mesmo local, a padaria é bem tradicional na região e o dono reconhece que há muitas famílias em situação de vulnerabilidade. Com o propósito de ajudar e amenizar o sofrimento de quem tem fome, Ademir reforçou o que já era feito há anos.

Adenir pontua que o trabalho de doações sempre existiu em seu comércio. (Foto: Paulo Francis)
Adenir pontua que o trabalho de doações sempre existiu em seu comércio. (Foto: Paulo Francis)

“Esse trabalho solidário sempre foi feito. Mas não era explícito. Começamos ver que as pessoas tinham vergonha de pedir, então coloquei a cesta com pães na entrada para a pessoa chegar e pegar”, pontua Adenir.

Como funciona? O projeto “Pão Solidário” sempre foi um sonho de Ademir e sua esposa Vera Lucia Cardoso Fantinato, de 52 anos. Para lançá-lo de forma completa preparou até cadastro das famílias.

“Com a ajuda de uma amiga assistente social que atende no posto de saúde do Marabá, começamos a cadastrar famílias em vulnerabilidade aqui do bairro. O projeto é direcionado para aquele pai desempregado, aquela família necessitada. Tem mães que não podem vir e mandam um bilhetinho pelas crianças. Muitas famílias passam fome e nós que estamos há 31 anos sabemos quem são”, explica.

Pães sendo separados em saquinhos no fim da tarde. (Foto: Paulo Francis)
Pães sendo separados em saquinhos no fim da tarde. (Foto: Paulo Francis)

Vale ressaltar, que as doações não se tratam de pães velhos.

“Os pães são assados pela manhã e os que sobram no fim da tarde, os clientes já não querem comprá-los porque ele perde um pouco da aparência. Então, o que nós fazemos? Disponibilizamos esses pães em valor mais barato para quem pode pagar e também separamos em saquinhos para doar a quem precisa”, explica.

O desejo de Adenir é que a iniciativa parta do poder público e de outras padarias.

“Tem projetos em prefeituras pelo país que pelo menos o pão de cada dia é garantido. Esses projetos que eu já estudei envolvem as famílias. Mães ajudam a fazer os pães e também a distribuir”, destaca.

Resistência - É difícil manter um comércio por tanto tempo, mas o casal resiste de portas abertas e com gratidão.

“É uma luta, porque padaria é uma prisão (risos). Mas estamos aqui todos os dias, inclusive em feriados e domingos, porém muito gratos, pois daqui formamos nossos filhos, estruturamos nossa família. Não são doações de pães que vão prejudicar nossa renda e se cada um fizer sua parte podemos acabar com a fome”, finaliza Adenir.

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Santista está localizada no mesmo ponto há três décadas.
Santista está localizada no mesmo ponto há três décadas.
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