Kossi deixou o Togo, mas carinho de mãe permanece em marca de roupas africanas
Após deixar o país africano, Kossi abriu em Campo Grande a Ayele Tissu, loja com o nome da mãe e que resgata o poder da moda afro
Kossi Ezou, de 27 anos, sempre viu a mãe vender tecidos coloridos que davam forma à cultura de seu país. Nascido no Togo, Oeste da África, até quando saiu de casa, em 2012, ele não deixou de lado o estilo cheio de cores vivas e formas geométricas. Ano passado, ele resolveu abrir uma loja, em Campo Grande, com peças inspiradas na moda africana, para compensar a falta de itens e matar um pouquinho a saudade de casa.
“As roupas surgiram por fatores importantes. Primeiro a deficiência nesse ramo de vestuário africano no Estado. Eu tinha algumas roupas africanas de uso pessoal, sempre que eu as usava, o pessoal elogiava e queria, frente à essa demanda, minha mãe tem uma loja de tecidos africanos, então comecei a trazer roupas do meu país para atender”.
Essa importação começou 2014, mas ele só investiu na marca e conseguiu estruturar o negócio no começo de 2017 com apoio da namorada que aos fins de semana ajuda nas vendas e vai com Kossi a eventos como Feira da Bolívia e até Festival América do Sul, onde o empresário conseguiu entregar uma de suas peças a Criolo.“Ayele Tissu é o nome da marca”, descreve Kossi. Nome de batismo de sua mãe e que na língua ewe, quer dizer “poderosa”.
A marca traz um conceito de moda africana do Togo. “Tecidos típicos africanos com cores fortes, quentes e símbolos característicos locais”, menciona. O objetivo é vender peças exclusivas, tanto na estampa quanto no modelo, com moda feminina, masculina e unissex. “Os produtos vêm de Lomé, capital do Togo. As coleções dão personalidade às peças com nomes na língua Ewe, que é uma das línguas nativas do nosso país”.
Kossi trabalha com peças infantis que custam entre R$ 65,00 e R$ 85,00. Para os adultos, há uma variedade de peças, como vestidos, calças, saias, batas, bermudas, camisas, blusas, camisetas customizadas e jaquetas e alguns tecidos também. Os preços variam entre R$ 70,00 e R$ 190,00.
Com peças diferentes, em um ano, Kossi pode sentir a recepção do sul-mato-grossense com as roupas. “São amplamente aceitas pelo público, porque dificilmente são encontradas por aqui e tudo vem diretamente do Togo. É também há uma questão de representatividade da população negra”, diz. Kossi veio para o Brasil em 2012 através de um convênio cultural e científico entre o Brasil e diversos países em desenvolvimento, chamado PEC-G, para continuar sua faculdade em Administração.
Depois de um ano em Brasília para fazer as aulas de português, chegou a Campo Grande em 2013 para começar a faculdade na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso Sul). Formou -se em 2016 e agora cursa mestrado em Administração.
Mas onde comprar? Kossi vende pelas redes sociais e dia 10 de novembro ele estará na 7ª Feira Afro MS na Praça dos Imigrantes. No dia 11, tem roupas à venda na Praça da Bolívia. O contato pode ser feito pelo Instagram, clique aqui.
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