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Consumo

No delivery por aplicativos, você é passado pra trás todos os dias e nem sabe

Um exemplo de coisas erradas é quem entre as 87 pizzarias que oferecem o delivery no Ifood, a maioria ainda cobra o valor “cheio” da pizza mais cara quando o cliente quer dois sabores.

Kimberly Teodoro | 23/04/2019 09:24
Cobrar o valor do recheio mais caro na pizza de dois sabores ainda é comum em aplicativos (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Cobrar o valor do recheio mais caro na pizza de dois sabores ainda é comum em aplicativos (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

Para quem prefere a praticidade de pedir comida pelos aplicativos, é bom ficar de olho. Tem muita coisa errada por ali que você nem se dá conta. Além de chateações como comida revirada e tempo de espera maior que o previsto, tem peso de hambúrguer que nem chega perto do anunciado, cobrança abusiva de pizzaria. 

Entre as 87 pizzarias que oferecem o delivery no Ifood em Campo Grande, por exemplo, a maioria ainda cobra o valor “cheio” da mais cara quando o cliente quer 2 sabores, prática considerada abusiva pelo Procon (Subsecretaria de Proteção e Defesa do Consumidor).

O uber eats, versão concorrente do Ifood, não informa diferenciação no preço da pizza com mais de um sabor, mas na prática isso também ocorre. O conselho é entrar em contato com o estabelecimento em caso de dúvidas sobre a cobrança.

Valdir Custódio, subsecretário do Procon, esclarece que o órgão tem como objetivo “harmonizar” as relações entre de consumo e que durante as fiscalizações, é cada vez menos comum encontrar estabelecimentos que ainda cobrem o valor da pizza de dois sabores pelo mais caro. “No balcão da pizzaria eles não cobram o preço maior, a diferenciação só vem no aplicativo. Ainda assim, na maioria dos casos, uma boa conversa resolve, por isso a recomendação é sempre entrar em contato primeiro com o fornecedor e, caso não resolva, procurar o Procon”.

Apesar de ser a irregularidade mais “popular”, não é a única. Valdir, também alerta para o peso informado pelos estabelecimentos no cardápio, que deve ser o mesmo do prato entregue. “Ao processar o alimento, é comum que o peso mude, 1kg de carne fresca, não tem o mesmo valor de 1kg de carne cozida, frita, por exemplo. É preciso informar o peso do alimento já processado, para que o consumidor saiba exatamente o que vai receber.”

Nesse caso, há divergência, já que a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) recomenda que a pesagem seja feita antes do processamento, mas de acordo com Custódio, o Procon trabalha com o princípio da informação, que afirma não ser abusivo aquilo que é amplamente informado.

Outras chateações - Além da diferenciação nos preços e no peso dos alimentos, outra reclamação comum é a demora na entrega, o que não é considerado uma infração, inclusive porque o aplicativo fornece um tempo médio de espera.

O site Reclame Aqui tem anualmente um ranking das principais chateações de consumidores de delivery. Na ordem aparecem: atraso na entrega, propaganda enganosa, dificuldade para estorno do valor pago,  qualidade do produto, mau atendimento, cobrança indevida, produto com defeito, baixa qualidade, qualidade do serviço.

Também sobre esse assunto, especialistas costumam avaliar que na resposta às reclamações é que a empresa se destaca. Entre as dicas, o consumidor deve medir a paciência do restaurante para resolver o problema e a agilidade na resposta. Também ganha pontos com o cliente quem oferece algo como recompensa pelo incomodo.  Para os donos desses estabelecimentos, a recomendação é nunca adotar uma postura combativa e jamais culpar o público, principalmente nas redes sociais, mesmo que o cliente esteja errado.

O IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) lembra que o cliente pode, inclusive, caso a refeição que chegue fria ou mal preparada, exigir que outra seja entregue nas condições prometidas, entrando em contato com o fornecedor

Mas se você achar que tanto trabalho não vale pena, mesmo assim, a orientação  é que ligue para o restaurante e faça a reclamação, para ajudar a melhorar a qualidade dos serviços e cada vez menos passar raiva com delivery.

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O peso informado no cardápio deve ser equivalemte ao que o consumidor vai receber (Foto: Arquivo/Alcides Neto)
O peso informado no cardápio deve ser equivalemte ao que o consumidor vai receber (Foto: Arquivo/Alcides Neto)
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