Para quem só toma Sidra, sommelier apresenta espumante bom e barato
Além da mesa farta para o fim do ano, a escolha das bebidas é parte fundamental do Natal e Réveillon. E para quem tem só Sidra Cereser como referência, encontramos opções de champanhe e espumantes nas prateleiras de supermercado baratos e, mesmo assim, sofisticados.
A escolha vai depender do gosto e do quanto a pessoa deseja investir na bebida. A dica é não confundir garrafas imponentes com qualidade.
Sommelier há 10 anos, Rodiney Amorim de Assis trabalha em um restaurante na Euclides da Cunha e topou acompanhar o Lado B até um supermercado para explicar as diferenças e apontar o que compensa comprar. A lição que fica é que é possível escolher a bebida certa, independente do preço, e fazer bonito na hora de um brinde.
"Na verdade, é importante entender que champanhe é uma bebida única. Somente feita na região de Champagne, no nordeste da França. Toda produção feita pelo mundo fora desse local são apenas espumantes", explica Rodiney.
O Champanhe é feito com três tipos de uva da região. "É produzido um vinho que é fermentado e depois passa por outro processo de fermentação dentro da própria garrafa. Que as vezes ficam três, quatro ou até nove anos dentro do recipiente fermentando" detalha o sommelier.
Os espumantes não têm fermentação dentro da garrafa. Além disso, são muito mais baratos. "No champanhe são uvas mais caras, com uma seleção mais rigorosa, com todo processo e cuidado. Por isso tem um preço superior", justifica.
No supermercado, encontramos três tipos de champanhe, todos caros. Um deles é o Ruinart, por R$ 663,50 a garrafa. A bebida valorizada pela elegância do design é uma linha delicada com aroma de frutas frescas, especialmente cítricas. Tem também o clássico Veuve Clicquot por R$ 499,99 que é bastante encontrado em restaurantes e o Moet & Chandon por R$ 449,00, bebida que chega a ficar de quatro a cinco anos no envelhecimento para adquirir gás, explica o sommelier.
Para quem precisa gastar menos e não arriscar de cara em um champanhe, por não estar com o paladar preparado para a bebida, Rodiney dá dicas do primeiro passo para uma bebida mais leve.
"Para começar a provar tem que estar pronto. As vezes as pessoas acham que a bebida cara é ruim, mas não é. Talvez, apenas o paladar não está preparado. Então é melhor começar pelos mais suaves e docinhos que vão agradar mais. A dica para o iniciante é começar por algo mais leve", sugere.
Para começar um Casa Perini Moscatel custa R$ 59,00. "É algo levemente doce, uma bebida com baixa concentração alcoólica e bem aromático. Ideal beber gelado e a pessoa não sente tanto aquela acidez", explica.
Se preferir algo mais refrescante, há opções de prosecco, um espumante produzido na Itália, caracterizado pela segunda fermentação que é feita em tanques de ácido inoxidável. "É um processo mais rápido e mais barato do método tradicional para fazer o espumante", no supermercado você encontra opções importadas a partir de R$ 79,00.
Outra dica é o espumante Champenoise, feito com o mesmo método da champanhe, mas com custo mais baixo e tipos de uvas diferentes. Mas também pode ser uma ótima pedida, porque a garrafa custa R$ 77,90.
Conhecido mundialmente e com produção no Brasil, a marca Chandon tem para todos os gostos. Custa a partir de R$ 79,00 no supermercado e é fácil de encontrar. "É um espumante mais em conta, com uma boa qualidade, produzido na Serra Gaúcha. São bebidas refrescantes e mais leves", frisa.
Outra marca nacional, barata e com boa qualidade é Salton, que custa a partir de R$ 59,00, sugere Rodiney. "Também produzido no sul do país, leva um aroma suave e pode agradar bastante o paladar de quem vai brindar", explica.
Outras duas sugestões são da empresária Ana Paula Seemann, de 36 anos, dona de uma champanheria na Rua José Antônio. Lá, há opções como Veuve Clicquot e Chandon, mas há também o espumante Kriter, por R$ 204,00 que não é champanhe, mas produzido na França. "Tem aromas de frutas vermelhas e um equilíbrio entre o frescor e suavidade", diz Ana.
É possível encontrar também o Marco Luigi, um espumante brasileiro, cultivado no vale dos vinhedos em Bento Gonçalves (RS) pelo método tradicional de fermentação na própria garrafa. Também com preço mais acessível, custa R$ 85,00.
Outro detalhe importante é com alguns termos franceses presentes nos rótulos de alguns espumantes. Há o brut, considerado seco, ou seja, com pouco açúcar. e também o demi-sec, de sabor mais adocicado.
Dicas - Para não perder o charme na hora de saborear um espumante ou champanhe, até a escolha da taça é essencial.
Ana Paula sugere o modelo tradicional e o flutê, para quue possam ser apreciadas as borbulhas da bebida e pelo formado mais comprido, direciona os aromas para o nariz. "Taça tradicional de espumante que é conhecida mundialmente é o formato flutê, um pouco mais aberta, que foi desenvolvida na frança e é tradicionalmente a taça do champanhe", explica.
A culinária também não fica de fora quando o assunto é a bebida. O sommelier Rodiney dá algumas sugestões de pratos que caem bem com o sabor de cada espumante. "Para o champanhe, a melhor combinação são ostras. As bebidas mais refrescantes também acompanham pratos a base de sushi, queijos, canapés e frutas secas que ficam fantásticos. Outros sabores mais fortes, podem ser combinados com risoto ou um frango grelhado".