Trancista "raiz" não se abala com proibição de pomadas
Pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos estão com a venda proibida pela Anvisa
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou a Resolução nº 475 nesta sexta-feira (10) proibindo a venda de pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos. A notícia não abalou profissionais que trabalham trançando cabelos na Capital, que dispensaram o produto como essencial para as clientes.
"Quando a gente começou a trançar, nunca usou pasta, nem gel, nem nada. Era só o cabelo, água, e o cabelo sintético", explicou a trancista Albertina Bravo da Casta, conhecida como Tininha, que trabalha há 20 anos na área.
Ela explicou que a moda de usar pomadas é recente e que nunca teve o costume de usá-las. "Não vai alterar nada do meu trabalho, não tem necessidade. Agora que veio a moda de colocar, nunca fui muito de usar pasta", completou.
Outra trancista, Karen Antoniele, conhecida como Rochelle, também não se abalou com a resolução. Ela costuma usar uma pomada nas pontas dos cabelos das clientes, mas disse que não é essencial para o processo.
"A pomada em si facilita a separação do cabelo para as tranças, não tem necessidade de passar muita pomada. Eu evito passar, tem cliente que eu nem uso. Não tem aquela necessidade de usar a pomada, ajuda a tirar o frizz no momento, mas também 'meleca' muito a mão", relatou.
Ela trabalha com as tranças há 7 anos e está acompanhando o caso desde que viu que algumas pessoas apresentaram reações adversas às pomadas.
"Na minha opinião, o que causa é o excesso de pomadas e não a pomada em si, porque quando lava escorre pelo rosto. Claro que tem gente que tem alergia. Até a semana passada tinha uma lista com mais de 15 pomadas proibidas, a que eu uso não tava, mas agora não vou usar mais", completou.
De acordo com a Anvisa, a interdição é temporária e ficará vigente até que sejam realizados testes, análises e outras providências possíveis para concluir a investigação sobre caso de intoxicações.
A decisão foi adotada como forma de prevenir novos casos de intoxicação relacionadas ao uso desse tipo de produto de várias marcas, em diferentes regiões do País.
Entre os efeitos adversos observados estão a perda temporária da visão, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão e inchaço dos olhos, dores de cabeça e queda intensa de cabelo.
Segundo as informações disponíveis, as ocorrências se deram, principalmente, depois que os usuários que aplicaram as pomadas mergulharam no mar, piscina, tomaram banho de chuva, ou transpiram. Isso porque a pomada escorre pelo rosto e entra em contato com os olhos.
*Com informações da Agência Brasil