Além da comida, undokai é o maior sucesso na Festa do Ovo
Criada para homenagear a colônia japonesa, festa é o momento de celebrar os costumes tradicionais
Depois de dois anos, a tradicional Festa do Ovo voltou com todas as atrações em Terenos para sua 9ª edição. Além de ser conhecida por reunir comidas típicas da colônia japonesa, a festa também faz sucesso com outra tradição: o undokai.
Marcada para começar às 14h30min deste sábado, a gincana japonesa começou a reunir crianças e famílias ansiosas antes mesmo das 14h. Organizada pela Colônia Jamic desde a primeira edição da Festa do Ovo, a atividade faz parte dos costumes passados de geração em geração.
Ao todo, 11 brincadeiras são feitas e, aproveitadas em sua maioria pelas crianças, até os adultos participam. Começando com corrida de 50 metros, a programação do undokai dura toda a tarde e é claro que na Festa do Ovo, a corrida com o alimento na colher não pode faltar.
Integrando a equipe de organizadores, Roberto Akira Kojima, de 54 anos, conta que o undokai foi levado para a festa de Terenos como mais um modo de compartilhar as tradições japonesas. “A gincana, assim como toda a Festa do Ovo, é nossa oportunidade de mostrar os costumes. Na gincana nós compartilhamos nosso jeito de brincar, ainda mais hoje que para tudo é usado celular”.
Com apoio da prefeitura, as brincadeiras também são apoiadas pela Camva (Cooperativa Agrícola Mista de Varzea Alegre), da colônia.
Por ficar localizada na área rural de Terenos, os costumes da Colônia Jamic acabam ficando restritos à comunidade. Por isso, na Festa do Ovo, quem mora na cidade aproveita para se divertir e aprender mais.
Professora da rede municipal, Keuri Silveira Arguelho, de 43 anos, conta que já trabalhou na colônia, mas que aproveita a oportunidade de novos contatos. “Eu venho sempre que tem, tanto para assistir a gincana quanto para comer de noite. Acho muito bacana ter esse momento de união entre a cidade e a colônia, até porque eles ficam separados”, diz.
Moradora da colônia, Midori Kurokawa, de 39 anos, detalha que as atividades do undokai já eram feitas na Jamic, mas foram adaptadas para a cidade. “Na colônia, toda a família participa, desde as senhoras até as crianças. É cansativo, mas a gente se diverte e o pessoal da cidade também”.
Sobre a empolgação das crianças e das famílias, Midori conta que esse é um dos objetivos, ainda mais depois de dois anos sem a festa. “Todo ano nós fazemos a gincana, mas essa pandemia afetou tudo. Tanto aqui na cidade quanto na colônia. Na colônia ainda não retornamos com as festas, então esse undokai é o nosso primeiro desde 2019”.
Como Midori explica, a gincana costuma ser aproveitada na cidade pelas crianças, mas neste ano até as mães participaram.
Pela primeira vez na festa, a campo-grandense, Caroline Ribeiro, de 36 anos, foi para o undokai pensando no filho. Mas, quando chegou lá, não resistiu e entrou na diversão.
“Eu trouxe ele, mas teve esse momento para a gente brincar também e ganhei até uma cartela de ovos. Achei muito divertido, é bom porque além de ser diferente, movimenta a cidade também
Quem também conheceu a festividade neste ano foi a podóloga Claudiane Souza, de 38 anos, que não entrou na corrida, mas ficou na festa durante a tarde toda. Mesmo sendo moradora de Terenos, ela explica que trabalha em Campo Grande e, por isso, não havia conseguido ir até então.
Depois de acompanhar a gincana, ela detalhou que iria voltar para a segunda etapa e, claro, prestigiar também o momento de alimentação.
Comidas tradicionais
No segundo período do dia, a Festa do Ovo continou com a praça de alimentação em funcionamento. Também com participação da Colônia Jamic, o evento foi oportunidade para experimentar os pratos produzidos pela comunidade tradicional.
Começando logo cedo, a preparação dos ingredientes para yakisoba, sobá, sushi e karinto são feitos pelas mulheres mais antigas da colônia. Neste ano, pela primeira vez, os homens também participaram na produção das comidas típicas, assim como mulheres mais jovens.
Presidente da associação da colônia, Eiji Kanezaki, de 84 anos, conta que a história dos descendentes foi difícil, mas que hoje é possível se divertir com as novas gerações.
“Ficamos sem festa desde 2019 e a Festa do Ovo precisa continuar acontecendo. Quando criamos a colônia era mais difícil, quando os primeiros japoneses chegaram aqui, mas hoje dá para comermos e se divertir”, diz Eiji.
Assim como o presidente, outros moradores da colônia também aproveitaram para se reunir na festa. Mas, quem realmente não perdeu a chance de comer os pratos tradicionais foram os terenenses.
Já tendo ido na primeira noite da festa, Marlene Lucas, de 54 anos, disse que não há muitas oportunidades de experimentar os temperos tradicionais. Por isso, experimentou o cardápio disponível na sexta-feira e repetiu a dose no sábado.
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