Após um super lançamento, produtora culpa crise e adia festival de tatuagem
Há pouco mais de um mês, no dia 11 de agosto, foi lançado o Inked Tattoo Festival, que seria realizado em Campo Grande de 6 a 8 de novembro. A festa, que aconteceu no Burger Rocks, foi das grandes, com apresentação de materiais gráficos, vídeos e teve até comida e bebida de graça.
Estavam programado workshops, palestras, concurso de tatuagens, debates, mas na manhã de ontem a organizadora do Inked, Elaine Valdez, publicou um vídeo na página do evento no Facebook para comunicar que o festival será adiado para o primeiro semestre do ano que vem, ainda sem data confirmada, e caso consiga patrocinadores.
Na gravação garante que está feliz com a repercussão em todo o Estado e também pelo País, que todos estão comentando e pessoas do interior até dizendo que viriam para a Capital em novembro só pelo festival.
A organizadora justifica que a falta de dinheiro fez o Inked ser adiado. “Ao contrário de toda essa euforia, viemos fazer um comunicado: por causa de uma solicitação dos poucos patrocinadores e investidores do evento, por conta dessa crise que em Mato Grosso do Sul, não é só econômica, é política também, nós estamos tendo que adiar para o primeiro semestre de 2016 porque não conseguimos as cotas suficientes para o evento que estamos programando há um ano”.
Elaine também reclama do poder público, que este ano não está fazendo nada pela cultura. “Infelizmente não temos nenhum apoio do poder público, de nenhuma lei de incentivo e nenhum fundo de investimento cultural, tanto do Estado, quanto do município. Não é só uma dificuldade do Inked, é para todos produtores culturais de Mato Grosso do Sul. Este ano está sendo bastante morto para a cultura aqui”.
O Lado B entrou em contato com os curadores do festival, André Peralta e Juma Tatuero, que disseram ter sido pegos de surpresa e que não tinham muitas informações sobre o assunto, a não ser as que estavam no vídeo.
Eles já haviam acertado com tatuadores de São Paulo e de outros estados brasileiros para virem a Campo Grande ministrarem palestras e workshops, mas agora tudo volta à estaca zero. Antes mesmo do adiamento, os envolvidos já diziam que não é uma tarefa fácil fechar tal programação.
“Você não pode simplesmente chegar em um tatuador e oferecer o evento. Ele normalmente vai agradecer, mas recusar. A participação depende dos contatos firmados e da programação, você convida e o profissional aceita pela amizade. Nós ficamos com essa parte, de convidar e selecionar quem participaria”, disse Peralta na ocasião.
Na programação, também estavam incluídos shows da banda O Bardo e o Banjo e o DJ Rodrigo Moretti, ambos de São Paulo.
No fim do comunicado, Elaine pede apoio das pessoas que estavam entusiasmadas com o festival. “Se você também apóia o evento e quer que ele seja realizado, mesmo sem nenhum apoio do poder privado, mande um vídeo ou mesmo uma foto com hashtag #Euqueroinketattoofestival que teremos a maior satisfação de compartilhar na nossa timeline, porque esse evento vai ser realizado sim, mesmo que seja feito por cada um de nós”, finaliza.