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Diversão

Campo Grande ainda banca evento que começa a ser proibido pelo Brasil

Naiane Mesquita | 07/08/2015 06:45
Rodeios ainda são realizados em várias cidades brasileiras
Rodeios ainda são realizados em várias cidades brasileiras

A poucos dias de ocorrer o evento, a data ainda não foi definida, mas, apesar das vacas magras, a Prefeitura Municipal realizará a 7ª Festa do Peão de Boiadeiro, de 27 a 30 de agosto, no bairro Coophavilla II, em homenagem ao aniversário da cidade.

O evento é apoiado pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande) e Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Econômico de ciência e Tecnologia e do Agronegócio).

É só anunciar esse tipo de evento para os protestos começarem nas redes sociais. Alvo de críticas dos defensores dos animais, os rodeios já são proibidos em algumas cidades brasileiras. No mês passado em Fortaleza, onde as vaquejadas são culturais, elas e qualquer outro tipo de competição envolvendo violência contra os animais foram banidas por lei municipal. Mas em Mato Grosso do Sul são considerados não só um esporte oficial, mas parte da cultura região.

O município confirma o investimento e justifica que apoia qualquer evento, "sem discriminação".

De acordo com o presidente da comissão organizadora, Miltinho Viana, a prefeitura será a responsável pela logística da festa, como arquibancada, segurança e metade dos cachês dos artistas que tocarão durante os quatro dias de evento.

“Eu fiz o projeto dessa festa de peão de boiadeiro quando era vereador e agora a prefeitura me chamou para ajudar na organização da festa. Os grupos musicais são todos de Campo Grande, só locais e a entrada é franca, apenas 1kg de alimento não perecível que será revertido para o Asilo São João Bosco”, afirma Miltinho.

A programação ainda não está fechada. A primeira prévia que circulou na internet indicava que a festa seria de 26 a 30 de agosto, mas Miltinho nega. “Precisamos encurtar a programação e agora estamos vendo a agenda dos artistas. Mesmo assim, esperamos 12 mil pessoas nesses quatro dias de evento, ao menos 2 toneladas de alimento”, explica.

Na primeira programação, os artistas do grupo Zíngaro, Violada Vip, Texas Country, Mistura Pantaneira, Comitiva Pantaneira estavam confirmados para animar o evento.

Além da programação musical, ele cita a presença do locutor Asa Branca como uma das atrações e afirma que as críticas aos rodeios são sem fundamento. “No nosso rodeio um veterinário tem que estar todos os dias, antigamente existia sim esses maus tratos, não tinha esse carinho de hoje”, relembra.

A opinião é compartilhada pelo vereador Vanderlei Cabeludo, conhecido por ser um defensor do “esporte” e dos costumes sertanejos. “Eu vejo o rodeio como uma manifestação cultural, principalmente para o povo que gosta. Os animais são bem tratados, o que aperta na virilha é apenas uma cócega para ele, que estimula para o salto, mas é bem tratado”, opina.

O rodeio já foi proibido em 35 municípios de São Paulo e em Fortaleza. A discussão é antiga em todo o País, tanto que um projeto de lei já foi apresentado na Câmara dos Deputados em 2011, mas recusada pela casa um tempo depois.

Agora, em 2015, a Frente Parlamentar do Rodeio, proposta do deputado federal Capitão Augusto (PR/SP), recolhe um número de assinaturas para pedir que os rodeios se tornem patrimônios culturais do país, além de outras resoluções.

“Nesse rodeio no Coophavilla II nós estaremos colhendo assinaturas para ajudar nessa frente. O rodeio é bom, vamos gerar 250 empregos, são 60 peões profissionais, sem contar os que não são, 25 montarias por noite. Envolve muita gente, o interior adora isso, vende mais e é uma festa de família”, acredita Miltinho.

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