Carnaval da Valu marca estreia de muitos campo-grandenses na folia
O bloco carnavalesco Cordão Valu celebrou dez anos de desfiles nesse carnaval. A animação, que tomou conta da esplanada dos Ferroviários, na região central da Capital, durante cinco dias vai ficar marcada na memória de dois casais e três amigos que estrearam no carnaval da Cidade Morena.
O bloco Valu atrai foliões que apreciam as famosas marchinhas de carnaval. As bandinhas tocam frevo e os clássicos sambas enredo. A folia é gratuita, livre e atrai desde crianças bem pequenininhas até pessoas que já viveram muitos carnavais. Alí não há abadás, nem exigências de patrocinadores. O clima de improviso por conta da infraestrutura pequena dá um gosto especial á festa.
A fonoaudióloga Aline Ferraz e o marido Willian Santana, pela primeira ficaram em Campo Grande durante o carnaval. Eles levaram a pequena Geovana, de 6 anos à matinê, mas sequer sabiam que, na cidade, as comemorações que resgatam a origem dos carnavais tem ganhado força nos últimos anos.
“No sábado foi o Willian quem veio e me explicou como era. É interessante porque até o som que toca aqui é diferente, diferente do axé ou o sertanejo que a gente cansa de ouvir em outros lugares de Campo Grande. Aqui o que tocam são as marchinhas, além de ter essa preocupação de proporcionar diversão para os pequenos”, diz Aline.
O que ajuda a animar ainda mais os foliões no Cordão Valu são as fantasias. Tem de todos os tipos, gostos e vale até protesto contra a classe política.
Pela primeira vez também, o casal Glaucia Melo Sanches e Antonio Lunardi, pularam carnaval no Valu. Eles levaram a pequena Maria Paula, de 3 anos. “Ficamos sabendo ontem que teria a matinê do bloco, mas nunca tínhamos vindo. Acho importante, porque além da diversão para as crianças, o bloco tem essa proposta de resgate ao verdadeiro Carnaval de rua", avaliou.
Este ano teve trajeto novo, que saiu do bar pela Calógeras, passou pela Orla Ferroviária e seguiu até a Rua Antônio Maria Coelho, virando na 14 de Julho e retornando ao ponto inicial. Segundo o videomonitoramento da Guarda Municipal, as câmeras dos pontos centrais estimaram 30 mil pessoas acompanhando o bloco, fosse atrás do som mesmo, ou pelas janelas dos apartamentos.
O professor universitário Guilherme Passamani, mora em Campo Grande desde outubro, e pela primeira vez foi ao Cordão Valu. “É um Carnaval democrático onde todo mundo vem a vontade sem falar pelo movimento econômico que esse período gera tanto por quem vende aqui na concentração quanto o comércio das redondezas”, comenta.
Já a professora Angela Penzo, mesmo sendo irmã de uma das fundadoras do bloco nunca tinha ido aos desfiles. Este foi o primeiro ano dela no bloco. “Nunca tinha vindo por que eu era casada”, ela ri. “Mas a verdade é que nos anos anteriores ou eu viajava ou ficava em casa. Nunca fui de pular Carnaval de rua. De qualquer forma estou gostando dessa minha primeira experiência’, comemora.
Outros que aproveitaram bastante a festança são os estudantes Rafael Carvalho (18), Maykon Vilalba (22) e Jonathan Costa (20). Eles não só aprovaram a festança como foram a carater fantasiados de homem aranha e supermam. “Nos outros carnavais sempre freqüentávamos festas em clubes, open bar. Este é o nosso primeiro ano na Valu e gostamos muito. Aqui todo mundo se respeita, entra na brincadeira, se fantasia é para todas as idade e não tem distinção social.
A matinê do Cordão Valu tem previsão de término as 20h. O público até o momento estima-se em mais de 2 mil pessoas.