Com gente de fora, Miss Tattoo e papo cult, cidade terá festival de tatuagens
O que uma palestra sobre pintura corporal indígena, um concurso de Miss Tatto e um workshop de como consertar uma máquina de tatuagem tem em comum? As três atividades estão na programação do Inked Tattoo Festival, um evento que será realizado de 6 a 8 de novembro, com a presença de mais de 15 profissionais do ramo, no Armazém Cultural, na Antiga Estação Ferroviária de Campo Grande.
Lançado na noite de ontem, no Burger Rocks, o evento foi idealizado pela jornalista e produtora Elaine Valdez, com curadoria dos tatuadores André Peralta e Juma Tatuero da Long Sleeve CG-SP e do professor do mestrado em desenvolvimento local, Josemar de Campos Maciel.
“Estamos trabalhando na concepção desse evento em mais de um ano e meio, participando de convenções, buscando informações. Foram meses e meses de trabalho e muito estudo. A tatuagem foi o tema escolhido porque é um dos três maiores mercados do mundo”, afirmou a jornalista durante a abertura do evento.
A curadoria do festival reuniu tatuadores de Campo Grande, São Paulo e de outros Estados brasileiros. De acordo com Peralta, fechar essa programação não é uma tarefa fácil. “Você não pode simplesmente chegar em um tatuador e oferecer o evento. Ele normalmente vai agradecer, mas recusar. A participação depende dos contatos firmados e da programação, você convida e o profissional aceita pela amizade. Nós ficamos com essa parte, de convidar e selecionar quem participaria”, afirma.
Peralta e Juma são amigos de longa data, mas abriram o estúdio há cerca de 1 ano. “Eu morei um tempo em São Paulo e em outros países, como Londres. Nesse tempo nós mantemos contato e o Peralta continuou com o estúdio aqui. Voltei para Campo Grande e resolvemos abrir juntos o Long Sleeve”, explica Juma.
O evento também terá workshops, por exemplo, de como consertar uma máquina de tatuagem, com o tatuador Alessandro Gattoni, de São Paulo. “É um amigo meu. Normalmente, o que acontece é que o tatuador vai para outras cidades, as vezes, menores do que Campo Grande passar um tempo, fazer uns trabalhos e a máquina quebra. Se ele não sabe consertar como que fica?”, questiona Juma.
A formação profissional é uma das preocupações dos curadores. “O mercado de tatuagem com certeza cresceu nos últimos anos. Surgiram muitos estúdios, tem muita gente interessada, existe um mercado de produtos, um comércio com materiais de trabalho”, acredita Peralta.
Mas, para ele, isso não é sinônimo de qualidade. “Nem todos os tatuadores se preocupam na profissionalização. Não se empenha”, explica. Juma concorda. “O tatuador não sai, não faz tatuagens com outros profissionais para ter conhecimento. Aprende a copiar e pronto. Esse é o problema de hoje”, frisa.
Palestras – Fugindo um pouco da parte prática, o Inked também terá palestras que abordam desde a pintura indígena até o marketing digital para negócios online. “Fugimos do ponto de vista de que a tatuagem é apenas uma moda atual para abordá-la como um trabalho de desenvolvimento local e como a primeira inscrição do homem, a primeira escrita que ele fez, que foi sob a pele”, explica Josemar.
A tatuagem aparece como um sentido refinado de beleza. “Na medida em que a pessoa se transforma em texto ou em uma figura é possível decifrá-la ou lê-la”, acredita.
Shows – A programação também inclui shows da banda O Bardo e o Banjo e o DJ Rodrigo Moretti, ambos de São Paulo. Representando o lado sul-mato-grossense estão os meninos do Facas Voadoras.
No entretenimento, o Inked também terá um concurso de miss e mister tattoo, de Mato Grosso do Sul e concursos de melhores tatuagens em várias categorias: realismo, oriental, tradicional, body piercing, black piece (costas), tribal/preto e a melhor do dia no sábado e domingo.
Para acompanhar a programação e vídeos sobre estúdios de tatuagens de Campo Grande que serão divulgados a cada 15 dias, o público pode acessar o site www.inkedtattoofestival.com.br ou o perfil no facebook.
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