Com visual surpreendente e cenário da guerra, pousada é história no Amolar
Em plena Serra do Amolar é possível se hospedar e conhecer de perto as belezas de um Pantanal exuberante, com uma natureza protegida e livre. Sem internet, energia elétrica limitada e acessos restritos a balsa ou avião, a pousada tem duas unidades que guardam a beleza e a história de um local que foi cenário da Guerra do Paraguai.
Iniciativa do Instituto Homem Pantaneiro, a Pousada Amolar tem duas unidades localizadas nas reservas Eliezer Batista e Acurizal. Ambas tem diferenças nos quesitos conforto e espaço, sendo que a diária varia de R$ 900,00 a R$ 1.100,00, com direito a café da manhã, almoço e jantar.
“O Instituto é uma Organização não-governamental que trabalha na proteção e conservação do Pantanal. Encontramos no ecoturismo uma ferramenta de conservação do patrimônio natural. Estamos operando de forma lenta porque tem todos os processos burocráticos ainda”, explica a turismóloga e gestora operacional, Fernanda Sá Vieira, 28 anos.
Reservas particulares do Patrimônio Natural, as unidades tem cerca de 13 mil hectares e fica na região do Pantanal do Paraguai. “O Pantanal tem 11 subdivisões ao todo, sendo que este é na divisa com o Estado de Mato Grosso. É uma região que tem montanhas. Normalmente quando se pensa no Pantanal logo se vê uma planície, mas a Serra do Amolar tem morrarias, então chegar de avião é maravilhoso”, acredita Fernanda.
Há duas formas de translado, de balsa, com duração de cinco horas saindo de Corumbá ou de avião. Ao todo são cerca de 200 km a partir da Cidade Branca, subindo rumo ao Estado de Mato Grosso. Nas fotos disponibilizadas é possível observar onças pintadas, ariranhas e outros animais típicos da fauna local.
“Entre os passeios tem caminhada, passeio de bike, bike tour, visita a comunidade do Amolar, visita ao Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense”, indica. Nas imediações há outras famílias que tem como renda principal a caça de iscas para o turismo de pesca na região.
Na sede Eliezer Batista há uma suíte, dois quartos com banheiro compartilhado, capacidade para até três pessoas em cama de solteiro, janelas teladas contra insetos, ar-condicionado, ventilador e chuveiro aquecido apenas nos horários que funcionam o gerador, ou seja, do meio-dia às 15 horas, das 18h às 5 da manhã.
Já na Unidade Acurizal são quatro apartamentos com banheiro privativo e sala de estar. A capacidade é de hospedar até três pessoas em camas de solteiro, além de todos os benefícios do anterior. “A Unidade da Acurizal é a mais estruturada, com direito a piscina”, ressalta Fernanda.
É importante destacar que os visitantes devem se hospedar no mínimo três noites. “Ainda temos poucos dados de hóspedes porque estamos operando em soft open, operação leve. Mas recebemos basicamente estrangeiros e principalmente franceses”, diz.
Apesar de a Unidade Acurizal ser a maior, é na Eliezer que uma parte da história da Guerra do Paraguai está guardada. “Ela foi um cenário da Guerra. Lá era uma base paraguaia onde o exército estava instalado. As lendas dizem que há muito ouro escondido nas morrarias da região. Tem uma história bem interessante nessa sede”, explica Fernanda.
Segundo a turismóloga, os militares paraguaios acreditavam que quem subia o rio em direção ao Mato Grosso era amigo, enquanto quem viesse abaixo eram inimigos, no caso os brasileiros. “Os brasileiros conheceram alguns índios Guatós que indicaram um caminho para o exército que alteraria essa ordem. Um canal para chegar pelo Rio Paraguai abaixo de onde estava a sede. Eles descaracterizaram o navio e bombardearam a sede”, conta.
No local ainda há argolas e correntes provenientes da época. A guerra acabou com a vitória dos aliados, no caso, Brasil, Argentina e Uruguai. O Paraguai acabou devastado e perdeu território.
Informações sobre a pousada no site oficial ou no Facebook.
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