Direto da novela "O Clone", cantor Tony Mouzayek é astro de festa do Litani
O cantor sírio, que teve 30 músicas na trilha sonora da novela, foi atração em jantar árabe que agora deve ser anual
O fim de semana teve o "1º Encontro Litani", mas o plano é que, daqui pra frente, as edições sejam anuais. Para empolgar na estreia, a festa do grupo de bailarinos levou à mesa o que a gastronomia árabe tem de melhor e também convidou um clássico do imaginário nacional, o cantor Tony Mouzayek, conhecido pela trilha sonora da novela "O Clone".
"O trabalho do Tony nós acompanhamos desde o começo, hoje não é só o lançamento de uma marca, é a realização de um sonho", diz Paula Gobbo, presidente do grupo, a organização foi um trabalho em equipe da diretora do grupo, Pati Soler, secretária e Bianca Garutti, diretora artística.
O Grupo de Dança do Ventre Litani comemorou 12 anos na ativa, preservado as raízes de muitas famílias em Campo Grande, que vieram de longe para construir a vida aqui, principalmente, no comércio.
Aqui, o Litani fortalece a dança e os costumes realizando workshops, apresentações em casamentos, restaurantes árabes e com aulas de dança.
Bianca, conta que a ideia foi reunir um pouco de tudo que o grupo já fez em um jantar, em uma festa para colaboradores, parceiros, alunos, clientes e amigos que fazem parte da história do Litani. "Ao longo dos anos, eles nos receberam nos eventos dele, essa noite vai ser o contrário, eles estão sendo recebidos por nós", relata.
O ingresso premium custou R$ 350,00, para mesas mais perto do palco, quase como um camarote para o show, enquanto as mesas mais afastadas tinham preços a partir de R$ 150,00. Independente do lugar, a comida e a bebida foram as mesmas para todo mundo.
A escolha dos pratos foi uma mistura para agradar as duas culturas sem perder as características do evento.
"O custo de um jantar desse porte é extremamente alto, tanto que contamos com apoio e patrocinadores. Tanto a setorização, quanto o apoio foram o que fizeram do evento possível, se colocássemos todo esse custo no convite, seria um convite de R$ 500,00 e acabaria excluindo muita gente que prestigia nossos eventos", explica Bianca.
A entrada tinha as tradicionais pastas árabes, pães, kibes, salada de frango, grãos integrais com damasco, esfirra. Enquanto os pratos principais arroz com lentilhas e cebola dourada, Hashweh (arroz com carne e passas brancas, escalope de filé mignon, legumes à moda árabe, risoto ao toque de hortelã e de sobremesa, sorvete com calda de frutas vermelhas.
O Clone - O show de Tony Mouzayek foi significativo para o Litani, que fez questão de trazer o cantor acompanhado de 6 músicos. Paula e Tony são amigos há 16 anos e as músicas dele foram trilha para as bailarinas desde o início do grupo, muitas delas, assim como Paula, aprenderam a dançar ouvindo a voz dele
Com 40 anos de carreira, Tony ficou conhecido pela trilha sonora da novela O Clone, em 2001, com 30 músicas no total durante toda a novela. Ele se orgulha da carreira construída como um artista consolidado na música árabe, com 75 CDs lançados, a maioria com músicas autorais.
“No começo, principalmente, antes da novela, eu cantava muita música dos outros e para um público mais restrito, o povo da colônia árabe que fazia eventos com elementos da própria cultura. Depois da novela, esse público passou também a ser de brasileiros que aprenderam a ouvir boa música e apreciar a nossa cultura. Minha carreira não é como a da maioria dos músicos que explodem em 6 meses, com sucessos em todas as rádios, e depois desaparecem”, declara.
Para evidenciar esse vínculo com o Litani, cada uma das 8 bailarinas escolheu uma música, para acompanhar a banda dançando ao vivo. A apresentação não chegou a ser um espetáculo, que de acordo com Bianca, tem coreografias ensaiadas, porque a atração principal era o show.
Paula explica que dançar ao vivo com a banda vai além do improviso, "Cada bailarina é livre no momento da dança, para conseguirmos acompanhar uma música precisamos saber dançar, conhecer a letra, o significado da música e o trabalho do músico"
Anna Carolina Arruda faz aula de dança do ventre há 1 ano e sempre que possível frequenta os eventos árabes da cidade acompanhada da amiga Aline Bombarda, que é arquiteta. Para elas o principal atrativo é a força do povo árabe, que forma uma comunidade muito unida e animada. “Todas as festas são cheias de vida e a comida está sempre maravilhosa, hoje não deixou a desejar para nenhum outro evento, a organização e a decoração ficaram impecáveis”, afirma Anna.
Para a bailarina Lizandra Silva, o principal atrativo é a dança, ela faz parte de outro estúdio, mas diz não ter concorrência, o importante é prestigiar os eventos locais que incentivam a cultura árabe. Segunda ela, o ambiente tem uma energia própria que consegue unir quem divide a mesma paixão pela dança, compartilhar disso que “faz bem para a alma”.